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Notícia

03/11/2015-12h37

Estudo da Udesc Ibirama aponta municípios afetados por chuvas sem investimentos em gestão ambiental

Uma pesquisa do Centro de Educação do Alto Vale do Itajaí (Ceavi), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Ibirama, mostra que, mesmo após os prejuízos econômicos, materiais e morais das enchentes e dos deslizamentos de 2008, 2011 e 2013 em SC, a maioria dos 25 municípios abrangidos pelo trabalho, que decretaram estado de calamidade pública, não aplicou mais recursos na gestão ambiental. Em alguns demonstrativos, inclusive, houve valores zerados.

Baseada em dados contábeis oficiais, a análise verificou também que os administradores públicos "pouco têm se importado em aumentar os gastos com gestão ambiental" e que mais de 70% dos que aplicaram nesse item direcionaram os valores para a subfunção de controle ambiental (fiscalização).

A pesquisa foi elaborada pelas professoras Valkyrie Vieira Fabre e Lara Fabiana Dallabona e pela aluna Gabriela Ribeiro Rosa, todos do curso de Ciências Contábeis da Udesc Ibirama.

O trabalho será apresentado no 17º Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente (Engema), que ocorrerá em 30 de novembro e 1º de dezembro, em São Paulo, e reunirá pesquisadores, professores, empresários e gestores públicos e privados para discutir novas abordagens em gestão ambiental nas empresas.

Comparativo de gastos

A pesquisa fez um comparativo das despesas orçamentárias empenhadas pelos municípios com os dados dos anos das enchentes e dos deslizamentos e com os dados dos anos seguintes. 

Ao analisar os números de 2008, quando houve 135 mortes e 80 mil desabrigados e desalojados naquilo que foi considerado o maior desastre natural no Brasil até então, o levantamento da Udesc Ibirama em 14 municípios altamente afetados constatou que alguns deles, como Camboriú, Nova Trento e Rodeio, não aplicaram recursos em gestão ambiental.

O município de Ilhota, um dos mais atingidos, reduziu seu gastos em 0,10% e não fez nenhum investimento em 2009. Outros municípios, como Blumenau, Itajaí, Itapoá, Rio dos Cedros e Timbó, também reduziram gastos em gestão ambiental.

O levantamento destaca Itajaí, que, apesar de ter sido o mais atingido em 2008 e apresentado o maior percentual em gastos em gestão ambiental, não variou seus índices, com investimento de 2,77% do orçamento em 2008 e 2,76% em 2009.

Já Benedito Novo, Brusque, Gaspar, Luiz Alves e Pomerode aumentaram seus percentuais de aplicação, com destaque para Brusque, que investiu 0,01% em 2008 e 0,56% em 2009.

Enchentes de 2011

Nas duas enchentes em 2011, uma em janeiro, com 20.970 desabrigados e desalojados e seis mortes, e outra em setembro, com 177 mil desabrigados e seis mortes, a pesquisa abrangeu 11 municípios afetados.

Foi comprovado que alguns deles, como Agronômica, Aurora, Mirim Doce e Presidente Getúlio, não investiram em gestão ambiental, enquanto Lontras e Taió aplicaram valores insignificantes comparados à despesa total e, em 2012, não destinaram recursos para o setor.

Rio do Oeste diminuiu investimentos, mas Ituporanga, Laurentino e Rio do Sul aumentaram os gastos em gestão ambiental após as enchentes. Já Brusque apresentou o maior investimento com 5%, mas reduziu seus gastos em 2012.

Estrutura melhor

Já na enchente de 2013, a pesquisa da Udesc Ibirama, que abrangeu cinco municípios, avaliou que o Estado se estruturou melhor para enfrentar as chuvas daquele ano. Dos 129 decretos, cinco foram de calamidade pública e o restante de emergência.

"A previsão antecipada do evento climático, a operacionalização das barragens e a agilidade das informações foram fundamentais para diminuir os prejuízos", constatou o trabalho.

O levantamento observou, porém, que Presidente Getúlio e Agronômica, novamente atingidos pela enchente de 2013, já que fazem parte de uma região propensa à inundações, novamente não investiram em gestão ambiental.

Outros, como Laurentino, Rio do Oeste e Vitor Meireles, chegaram a diminuir seus gastos após a enchente. Já Rio do Oeste elevou seus gastos em prevenção e investiu cerca de R$ 63 mil.

Descaso

As autoras do estudo concluíram que há "um certo descaso por parte da administração pública em investimentos na área de gestão ambiental" e lembram que os municípios atingidos integram a mesorregião do Vale do Itajaí, a qual vem sofrendo constantemente com enchentes e deslizamentos nos últimos sete anos, e deveriam, por isso, aumentar os gastos nas questões ambientais.

As pesquisadoras observam, contudo, que a instabilidade e a insuficiência dos gastos demonstram que o setor ainda está se estruturando e enfrentando diversas restrições políticas e econômicas. 

Leia mais:

27/10/2015 - Campanha da Udesc Ibirama ajuda atingidos pelas chuvas no Alto Vale do Itajaí

07/02/2014 - Udesc Ibirama elabora sistema que indica rotas livres para deslocamento durante enchentes

Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Valmor Pizzetti
E-mail: valmor.pizzetti@udesc.br
Telefones: (48) 3321-8142/8143
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