Em 90% dos casos, a microcefalia (redução do cérebro) em bebês, que tem ligação com o zika vírus, transmitido pela picada do mosquito
Aedes Aegypti, o mesmo que provoca a dengue, pode causar atraso no desenvolvimento mental, dificuldades para enxergar e ouvir e distúrbios neurológicos como ataques epilépticos.
A doença é diagnosticada no pré-natal ou logo após o nascimento, conforme aponta um artigo da acadêmica Alcione Pozzebon, que cursa Enfermagem no
Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), e teve orientação da docente Marta Kolhs.
O trabalho foi publicado na
166ª edição do Sul Brasil Rural, encartado no jornal Sul Brasil, que é editado em Chapecó e tem circulação em municípios vizinhos. O suplemento é organizado pelo professor Paulo Ricardo Ficagna, da Udesc Oeste.
Evidências e sintomas
Segundo o artigo, as primeiras evidências da ligação entre o zika vírus e casos de microcefalia surgiram após o aumento repentino no número de bebês nascidos com má formação em Pernambuco. Em novembro de 2015, exames encontraram indícios do vírus no líquido amniótico de duas mulheres que tiveram seus bebês diagnosticados com microcefalia.
A partir dessa descoberta, autoridades de saúde da Polinésia Francesa anunciaram que 17 bebês nasceram com má formação entre 2014 e 2015 no seu território. No Brasil, até 30 de novembro, já haviam sido registrados 1.248 casos de microcefalia em 311 municípios de 14 estados, número 20 vezes acima do normal
Os sintomas do zika vírus no organismo são: dores nas articulações, principalmente nas mãos e nos pés; inchaço; febre baixa (até 38,5 graus Celsius); manchas avermelhadas pelo corpo; coceira frequente; dor no fundo dos olhos; vermelhidão nos olhos; tontura; dores musculares; e distúrbios digestivos, como náuseas, vômitos, diarreia e prisão de ventre.
O tratamento é feito apenas para aliviar o desconforto causado pelos sintomas, geralmente combinando o uso de analgésicos e antialérgicos. De acordo com o artigo da aluna da Udesc Oeste, o uso de aspirina não é recomendável devido ao risco de sangramentos.
Infecção
A infecção ocorre quando a fêmea do inseto pica uma pessoa com o vírus e depois se alimenta do sangue de outra que não tem o vírus.
Pesquisadores da Polinésia Francesa, onde ocorreu uma epidemia no final de 2013, levantam a hipótese de que o vírus possa ser transmitido da mãe para o filho pela placenta e pelo leite materno e estudam se sangue e sêmen também podem transmitir o vírus. No entanto, o artigo de Alcione informa que ainda não há confirmação exata sobre essas formas de infecção.
Prevenção
Segundo a acadêmica de Enfermagem da Udesc Oeste, para evitar a proliferação do mosquito, as pessoas precisam adotar atitudes de higiene, como evitar o depósito de água parada.
Ela recomenda limpar com frequência vasos de flores, garrafas, pneus, locais sujos com entulhos e calhas de água das casas, locais propícios para a concentração do mosquito. "Não esperem somente pelos órgãos governamentais. Ajude e faça sua parte e exija que o vizinho também faça."
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Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Valmor Pizzetti
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