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Notícia

06/04/2017-19h10

Índios da tribo Fulni-ô, de Pernambuco, apresentam cultura, rituais e religiosidade na Udesc Lages

Tathxya (à direita) e os dois filhos saíram em comitiva para divulgar os costumes da tribo

Três indígenas Fulni-ô, que significa "o povo da beira do rio", de Pernambuco, apresentaram traços culturais da tribo, no Anfiteatro Caverna do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Lages, na noite desta quarta-feira, 5.

A apresentação destacou características religiosas, rituais, danças e músicas da tribo, única do Nordeste que conseguiu preservar a própria língua, o Ia-tê. O público pôde conversar com Tathxya, nome que em português significa Peixe Mandi, e com os filhos dele, Bathawa, que significa Jundiá, e Khafytxo, Peixe Piau em português.

Eles falaram sobre o dia a dia na aldeia, localizada no município de Águas Belas. Lá, vivem cerca de sete mil índios, que aprenderam a falar português e tem contato diário com a civilização. Crianças e jovens frequentam uma escola, instalada dentro da aldeia.

Em função da seca, os Fulni-ô não conseguem viver exclusivamente do cultivo, da pesca e da caça. Muitos precisam trabalhar na cidade. Todos os anos, em abril, alguns recebem autorização para sair em comitiva pelo Brasil para arrecadar recursos com a venda de artesanato e a apresentações culturais.

"Para sobrevivermos, no mês de abril, por causa do Dia do Índio, o Cacique determina quais índios vão para as cidades", conta Tathxya, de 54 anos, que estudou até a terceira série do ensino fundamental e conta com a ajuda dos filhos para sustentar a família. "Eles vão para escola de manhã e me ajudam com o trabalho à tarde".

No final da apresentação, os índios abençoaram o público e convidaram a plateia a participar de danças. O evento foi organizado pelo projeto de extensão Troca de Saberes. "A ideia é trazer o conhecimento e apresentar uma nova cultura para Lages", diz o bolsista do projeto, Fernando Stuani, que destaca a importância da extensão universitária.

A história da Fulni-ô e os rituais sagrados

A história da tribo inicia quando os portugueses chegaram ao Brasil e surgiram os conflitos como os "homens brancos", como denomina Tathxya. "Os índios ocupavam uma grande área e, com o passar do tempo, fomos ficando encurralados em um espaço cada vez menor". Hoje, a reserva indígena dos Fulni-ô fica a 300 quilômetros de distância do rio mais próximo.

Para manter viva a cultura, os indígenas se reúnem uma vez por ano, durante três meses, em uma região afastada e realizam um ritual chamado Ouricuri, onde só é permitida a presença dos Fulni-ô. Neste período, eles sobrevivem exclusivamente do cultivo de alimentos, caça e pesca e conversam unicamente na língua nativa.

"Têm coisas que fazemos e não mostramos. Durante o ritual, as conversas e os cânticos sangrados são em nossa língua e o homem branco não consegue falar em Ia-tê. É uma forma de manter viva nossa cultura", justifica Tathxya.

Assessoria de Comunicação da Udesc Lages
E-mail: comunicacao.cav@udesc.br
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