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Notícia

04/12/2025-15h39

Cresce demanda por pesquisas em parceria com empresas na Udesc Joinville

Setor dedicado a fazer a gestão do processo impulsiona projetos de inovação aberta em vários setores produtivos

Como uma das poucas universidades que possuem um setor dedicado a auxiliar professores e empresas na construção e gestão de projetos de pesquisa em parceria, a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) mantém extenso portfólio de trabalhos desenvolvidos nessa modalidade. O movimento se fortaleceu em 2019, com as primeiras bolsas para professores no âmbito de uma pesquisa baseada em inteligência artificial financiada pela empresa ArcelorMittal — parceria que já rendeu cinco projetos e que continua ativa. Em 2021 foi a vez da Fundep (Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais), e em seguida vieram Unimed, WEG, Becomex, Senai, Routech, Ágora Tech Park, entre outros. Mas dado o crescente interesse demonstrado pelas empresas, novos acordos de cooperação devem ser oficializados em breve.

No caso do Centro de Ciências Tecnológicas (CCT), o órgão responsável por intermediar os acordos com o setor privado é a Coordenadoria de Inovação (Cinov), vinculada à direção-geral do Centro. A Cinov recebe e prospecta possibilidades de trabalho conjunto entre universidade e mercado, promove o encontro entre as partes interessadas, auxilia na construção de planos de trabalho e contratos, faz a interlocução junto aos órgãos reguladores, dá suporte legal aos pesquisadores e, ao final do período contratado, faz os encaminhamentos do resultado com a prestação de contas do projeto às empresas e instituições de fomento.

“Aqui no setor fazemos a gestão de todo o processo de inovação, desde a definição do escopo junto às empresas, a proteção dos ativos e, no fim, a transferência tecnológica”, resume Francine Kasulke, coordenadora da Cinov. Ela diz que cada projeto conta com um técnico administrativo dedicado, para que o professor possa focar exclusivamente na pesquisa. “Por isso temos alcançado resultados tão significativos, com impactos na sociedade, usando inovação aberta”, diz a coordenadora.

Estratégia nacional

Exemplo de parceria produtiva é a estabelecida com a Fundep, entidade coordenadora de um dos braços do Programa Mover – Mobilidade Verde e Inovação. O Mover é uma política industrial voltada ao setor automotivo, idealizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e implantada em 2024 em substituição ao antigo Rota 2030.

Udesc e Fundep atuam juntas desde quando o Rota 2030 estava em vigor. Hoje, sob o guarda-chuva do Programa Mover, a universidade lidera o projeto “Matrizes para forjamento com alto desempenho”, coordenado pelo professor César Edil da Costa, chefe do Departamento de Engenharia Mecânica. A iniciativa é integrada ainda por outras três instituições (Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade de Caxias do Sul e Senai Belo Horizonte), em parceria com oito empresas e uma associação empresarial. Ao todo, são quatro estados envolvidos.

Projeto: Matrizes para forjamento com alto desempenho
Valor total: R$ 2.576.780,05
Período de execução: abril de 2025 a junho de 2026
Instituição líder: Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)
Coordenação: Prof. Dr. César Edil da Costa (Udesc)

ICTs parceiras
    • Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC Joinville)
    • Universidade de Caxias do Sul (RS)
    • Senai Belo Horizonte (MG)

Empresas parceiras
    • Toyota do Brasil (Porto Feliz/SP)
    • Zen S.A. Indústria Metalúrgica (Brusque/SC)
    • NITT Tratamentos Térmicos Industriais (Joinville/SC)
    • Ferramentaria JN (Joinville/SC)
    • Gama Indústria de Matrizes Ltda (Caxias do Sul/RS)
    • Stark Moldes e Matrizes Ltda (Joinville/SC)
    • Oerlikon Balzers (Jundiaí/SP)
    • Isoflama Indústria e Comércio de Equipamentos Ltda (Indaiatuba/SP)
    • Acij – Associação Comercial e Industrial de Joinville

O projeto se encaixa na Linha IV do Mover, dedicado às ferramentarias brasileiras, que é quem fabrica os moldes a partir dos quais são produzidos os componentes automotivos. “O governo federal entendeu que um setor importante para fazer a indústria automotiva crescer com autonomia nacional é o das ferramentarias”, explica o professor César, acrescentando que se trata de um projeto estratégico para o país. “Inclusive essa é uma questão sempre enfatizada durante o acompanhamento do projeto: quem tem que ser beneficiado é o setor de ferramentaria brasileiro, e não só as empresas parceiras, porque elas são um meio para o desenvolvimento de uma solução industrial ampla”.

Em linhas gerais, o objetivo é o “desenvolvimento de técnicas para a melhoria na vida útil das matrizes (moldes) para forjamento, por meio do estudo e incorporação de novos tratamentos, revestimentos de superfície e adição de materiais”, nas palavras do coordenador geral. “São ferramentas que, ou se desgastam ou rompem prematuramente”, diz ele. Tal avaliação, aliás, justifica uma das metas da Linha IV do Programa Mover, que é “reverter o quadro de baixa produtividade e defasagem tecnológica que caracteriza as ferramentarias nacionais”, conforme a publicação Impacto, Inovação & Sustentabilidade no Setor Automotivo, editada pela Fundep.

Para a resolução desse problema, entram em campo as expertises das quatro ICTs (Instituições de Ciência e Tecnologia) envolvidas no projeto do professor César: a Udesc, além da coordenação, entra com sua reconhecida capacidade de análise de materiais e tratamento térmico; a UFSC é especialista em simulação e monitoramento de prensas; a UCS, em estratégias de usinagem; e o Senai BH tem grande capacidade instalada de engenharia de superfície e tratamento termoquímico.

A junção desses saberes resulta, ao longo da pesquisa, em novos processos e materiais, que então são postos à prova nas ferramentarias parceiras e, por fim, testadas na montadora associada ao projeto. César já vislumbra o saldo positivo do trabalho: “Quando o grupo encontrar uma solução para o problema, ela será compartilhada com todas as ferramentarias, grandes e pequenas, gerando benefícios a toda a sociedade. Aí entra o papel da Acij no projeto, porque as ferramentarias locais são associadas à entidade, e isso facilita a disseminação do resultado da pesquisa a todo o setor”.


Assessoria de Comunicação da Udesc Joinville
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  • Professor César ao lado da máquina universal de ensaios mecânicos, usada na pesquisa
  • Digitalização de matrizes para planejamento da usinagem de recuperação
  • Resultado da simulação de forjamento de um tarugo
  • Projeto de âmbito nacional visa qualificar ferramentarias brasileiras, que são a base da indústria automotiva
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