Palestrante Andréa Mendonça: produto não é só artefato. Foto: Maria Luísa Bettini
Os dois dias da III Mostra de Produtos Educacionais resultaram num saldo positivo para os organizadores e tende a consolidar um formato para as próximas edições. “Foi um sucesso”, comemorava a coordenadora Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Matemática e Tecnologias (PPGCMT), Ivanete Zuchi Siple. O evento, realizado entre segunda e terça-feira no Centro de Ciências Tecnológicas (CCT) da Udesc Joinville, reuniu cerca de 130 participantes, contou com 50 comunicações científicas e teve 30 produtos educacionais expostos. Além do PPGCMT, o Programa de Pós-Graduação em Educação da Udesc também foi um dos organizadores da Mostra, viabilizada com recursos da Capes por meio do Programa de Extensão da Educação Superior na Pós-Graduação (PROEXT-PG).
O fato de a terceira edição ter atraído professores da Educação Básica, da EJA, da rede estadual de ensino e mesmo de outras universidades, deu densidade ao debate, segundo Ivanete. Outro ponto alto foi a palestra da pesquisadora Andréa Pereira Mendonça, do Instituto Federal do Amazonas, autora de obras relacionadas na bibliografia do PPGCMT. Andréa apresentou um panorama crítico da formação dos pós-graduandos, chamando a atenção, por exemplo, para a necessidade de os PPGs serem rigorosos na avaliação de produtos educacionais (PEs) com muita “tecnologia embarcada”, mas que não passam de artefatos.
Egressos de volta
Egressos da primeira turma do mestrado do PPGCMT, formados em 2017, estavam na Mostra apresentando seus PEs, e outros já matriculados no doutorado do programa, aberto em agosto. Um deles, Juliano Turmina, hoje gerente de Desenvolvimento Profissional da Secretaria Municipal de Educação, foi convidado para a mesa-redonda do segundo dia da Mostra. Apresentou
seu PE original, sobre ensino de probabilidade e estatística, e as versões posteriores que precisou adotar, em função da atualização tecnológica. Nesse sentido, sua fala dialogou com a palestra de Andréa, que insistiu no conceito de protótipo para um PE — nunca pode ser considerado um produto acabado, mas sim adaptável ao contexto educacional.
“Nossos professores da rede municipal, que fazem curso de formação, procuram os produtos da Udesc”, disse Juliano. De fato, o PPGCMT já formou 175 mestres em 10 anos, e como o aluno precisa ter um produto educacional associado ao seu projeto de pesquisa, o acervo de PEs se tornou referência. “Todos os produtos educacionais estão
publicados na página do PPGCMT e no
portal eduCapes, e qualquer pessoa pode baixar e replicar”, enfatizou Ivanete.
Mesmo assim, ainda não há uma forma confiável de mensurar o impacto dos PEs na sala de aula, concordaram os debatedores. E esse foi exatamente um dos objetivos da Mostra: criar um espaço de diálogo entre alunos, egressos e professores para avaliar como os produtos estão sendo utilizados. Na avaliação dos organizadores, os avanços para a área foram perceptíveis.
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