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Jornal da Educação

Opinião do Jornal (Edição Fevereiro/2008)

Ano novo é nova chance de comprometimento

A chance de recomeçar não vem para todos os seres humanos. Mas para o professor e seus alunos, essa é uma realidade vivenciada, pelo menos constantemente.

     No início de cada ano,  mudam os alunos, os colegas, às vezes, muda até mesmo a escola, a disciplina, os conteúdos curriculares a serem trabalhados, portanto, a cada novo ano, o professor tem uma nova chance de comprometer-se com a profissão que escolheu.

     Aliás, a falta de profissionalismo e comprometimento do professor é reclamação recorrente entre todos os gestores educacionais, sejam diretores de escola que amargam a quantidade de faltas ao trabalho sem aviso prévio e justificativa aceitável; sejam os secretários de educação que não conseguem efetivar suas políticas de melhoria na qualidade do ensino.

     Já foi amplamente divulgado que os professores de escolas públicas são mais qualificados do que os de escolas particulares, mas também sabemos que o comprometimento, o envolvimento e porque não dizer, o profissionalismo, dos que trabalham em escolas privadas, é maior. Talvez porque corram o risco de perder o emprego a qualquer momento.

     Em sua grande maioria, os professores em atividades nas escolas públicas são concursados e passaram por faculdades que pregavam “a vocação para o magistério”como qualificativo indispensável. Hoje sabemos que este era mais um discurso para manter o padrão salarial da categoria em baixa.

    Evidentemente quem é, e continua sendo professor por opção profissional, vê a escola como local de trabalho e portanto, chega no horário, prepara suas aulas, registra o processo ensino-aprendizagem, envolve-se com projetos na escola e, principalmente, está sempre em busca de melhores condições de trabalho e qualidade de vida.

     Portanto, os professores profissionais, e não os “vocacionados”, são mais comprometidos com o sucesso de seus alunos. Os “vocacionados” tem uma relação em nível supra-humana com a educação e com os alunos. E, muitas vezes seu sucesso decorrente do carisma, é confundido com profissionalismo.

     Bom seria se pudéssemos reunir, numa mesma pessoa (e sempre), o comprometimento do profissional, com o carisma do “vocacionado”. Vale lembrar que o termo vocação está mais ligado à religiosidade do que à profissão. E que surgiu num momento histórico brasileiro em que a quase totalidade dos professores era também religioso(a).

     Talvez o termo tenha se firmado tanto no meio educacional porque, quem os usava entendia que quem trabalha por vocação não precisa ter preocupação com os resultados. O que vier, é lucro e a fé moveria as montanhas.

     Os profissionais, independente da área de atuação, terão sempre compromisso com os resultados de seu trabalho e também, obviamente, com sua realização profissional e não somente com o salário.

     Mas como conseguir que os vocacionados também se comprometam com os resultados e que os profissionais tenham a sensibilidade de um religioso idealista?

     Esta talvez fosse a receita de ouro para transformar nossas escolas em templos do saber e da sabedoria. O comprometimento de todos os professores com a qualidade do ensino e com seus alunos, buscando o conteúdo e motivação que lhe falta para melhorar sua prática diária é nossa última e talvez, única alternativa para por fim ao caos em que está mergulhada a educação no Brasil.

 
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