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Jornal da Educação

Opinião do Jornal 2010

Interpretação de dados muda de acordo com a vontade do leitor

Ao criar índices para avaliação externa da aprendizagem, o Ministério da Educação deixou claro que não tinha como objetivo criar um ‘ranking’ de escolas. Mas em tempos em que parecer ser é tão importante quanto ser, a hierarquização dos sistemas e mesmo das unidades de ensino, tornou-se inevitável. No entanto, como se trata de dados estatísticos, representados por meio de números, a interpretação correrá seguindo a critérios estipulados por cada leitor ávido por repassar boas notícias. 

 

Por conta da diversidade de leituras, a divulgação do IDEB 2009, no início deste mês de julho, despertou o ego de centenas de milhares de brasileiros. As tabelas detalhadas e fórmulas de cálculos estão disponíveis na página eletrônica do IDEB-MEC. Qualquer brasileiro alfabetizado poderá usar o índice que melhor lhe prouver para saber mais sobre a qualidade de ensino de uma escola de ensino básico em especial, ou de todo o sistema de ensino. 

Criado para avaliar a qualidade do ensino e o conhecimento dos estudantes especialmente na língua pátria e matemática, conhecimentos também exigidos em testes internacionais como o PISA, nos quais o Brasil continua ocupando as últimas posições, de um total de 180 países, o IDEB é medido a cada dois anos.

Vale lembrar que o IDEB é calculado a partir dos dados sobre aprovação obtidos no censo escolar 2009 e de médias de desempenho nas avaliações do Saeb e na Prova Brasil. Dados como repetência e evasão, dentre outros, são retirados do censo. 

Em novembro do ano passado, a prova foi aplicada para os alunos das 4ªs séries ou 5º Ano, 8ªs séries ou 9ºAno do ensino fundamental e 3ºAno do ensino médio, em mais de 34 mil escolas do país.  

Entre os objetivos destas avaliações externas das escolas, está o de levar o país a cumprir metas que resultem em qualidade de ensino. As metas são estipuladas para cada unidade e ou sistema de ensino e, em 2022, espera-se que todos alcance pelo menos a nota seis, correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.

No entanto, somente aqueles que tiveram bom desempenho festejam os números. Para estes a leitura é agradável e facilmente direcionada. Os que estão abaixo da meta ou, pior, apesar de ter superado a meta, tiveram decréscimo, como é o caso do ensino médio do estado de Santa Catarina, evitam comentar as ações que serão implementadas para melhorar o IDEB 2011. 

Além de retratar o nível de desenvolvimento dos alunos avaliados, o indicador foi criado para possibilitar a elaboração de políticas capazes de reforçar a aprendizagem em cada localidade.  

Apesar de todas as leituras e declarações, seja de autoridades consideradas vencedoras devido ao desempenho de sua equipe, seja de especialistas no assunto, a grande maioria esquece de citar um dos principais fatores do desempenho: as notas obtidas pelos alunos nas provas. Boa parte dos egos dominantes esquece de mencionar este que talvez seja o principal detalhe. Resultado, seguramente, do trabalho de seus professores e destes últimos estarem ou não fazendo um bom trabalho em sala de aula. 

É preciso reforçar a declaração do presidente do movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos, que reúne empresários e educadores: “melhorar o pagamento não é tudo, tem que ter carreira. Carreira que seja motivadora, baseada no mérito, no desempenho do professor”.

E, por esta razão, tomamos as palavras da secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, em reportagem no programa Fantástico, no dia 11 de julho, “a prioridade é o professor, porque nenhuma mudança na educação acontecerá sem o professor ou contra o professor”. 

 
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