As palavras e o vídeo da Professora Amanda Gurgel, em audiência pública para discutir o cenário atual da educação do Rio Grande do Norte, correu pela internet a todos os cantos do Brasil e serviu claramente para mostrar que o Brasil não é um país continental e nem mesmo “dos contrastes” quando se analisa a educação oferecida a seus cidadão e salários aos professores.
O caos, instalado em todos os 26 estados e no território nacional, implantado ao longo de nossos 500 anos de história por todos os governos municipais, estaduais e federal, “que jamais priorizaram educação”, veio à tona na intervenção da professora.
A situação comprovada não somente por palavras da professora Amanda (aplaudidas veementemente), mas também pelas diversas séries de reportagens especiais veiculadas diariamente na mídia nacional e regional, mostra o resultado.
Carência de mãos de obra para atender às demandas do mercado de trabalho do Brasil industrializado e em crescimento e os objetivos da população, que clama por respeito e tratamento digno em todo o país, são relatados pelas reportagens das grandes redes de comunicação e nos aproxima indiscriminadamente.
Distâncias geográficas, diferenças regionais, cultura, religião, consciência política, tudo nos aproxima quando o assunto é educação.
O caos educacional, derivado do descaso político, põe por terra todos os discursos inflamados, especialmente os dos políticos envolvidos ou com origem na educação.
De trampolim político à seção eleitoral nas eleições, as escolas vão deixando de lado suas crianças, adolescentes e jovens.
A repercussão nacional do discurso da professora e a reação da sociedade e, especial de quem minimamente se preocupa com a qualidade de ensino e valorização efetiva do professor, nos coloca no mesmo lugar ocupado pelo país nas avaliações internacionais de qualidade de ensino.
Diariamente mudam-se os critérios de índices externos aos sistemas para se medir qualidade de ensino, como o IDEB e o PISA e o Brasil continua nas últimas posições do ranking.
Ganhamos números astronômicos de crianças na escola e de “investimento em educação” e perdemos por termos condições indescritivelmente piores de aprendizagem e, especialmente, “de ensinagem” em nossas escolas (inclusive as universidades) públicas.
O governo do estado de Santa Catarina, que tem IDEB de 3,7 no ensino médio acaba de “rasgar” o plano de carreira dos professores e passa a pagar o mesmo salário aos professores que tenham formação em ensino médio – ou magistério – e aos licenciados e, em alguns casos, até mesmo os pós-graduados.
E ainda tem a ousadia de terminar seu comunicado sobre a implantação do Piso Nacional do Magistério no estado, afirmando estar efetivamente comprometido com a qualidade do ensino oferecido a seus cidadãos.
É o descaso total, nem o caos aguenta isso...