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Notícia

23/07/2021-11h36

Ação de resíduos orgânicos da Udesc que tem apoio da Alesc é referência nacional

Equipe da Udesc em visita a uma das escolas de Lages que participam do projeto - Foto: Divulgação
Ações como o projeto Lixo Orgânico Zero em Lages, realizado pelo Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em parceria com a prefeitura, têm gerado uma economia anual de cerca de R$ 5 milhões à gestão do município com serviços como coleta e destinação do lixo.

A estimativa feita pelo coordenador do projeto, Germano Güttler, tem como base o estudo de gravimetria - uma análise quantitativa dos tipos de lixo descartados no aterro sanitário - que é feito anualmente pela equipe do projeto.

"A gravimetria é o principal dado que dispomos. Atualmente, somente 21% do lixo depositado no aterro sanitário de Lages é resíduo orgânico, bem abaixo da média nacional, que está em torno de 50%", afirma Güttler. Em 2012, quando o projeto iniciou, o município estava no mesmo patamar de 50%, índice que vem caindo ano a ano.
 
O professor destaca outros números da análise mais recente feita pelo projeto: 23% do lixo descartado no aterro municipal é reciclável, uma redução de mais de 10 pontos percentuais em relação à gravimetria anterior, que apontou 38%; e 56% é de rejeito, percentual que é 200% superior à média nacional, outro sinal de que os esforços do projeto e ações parceiras estão gerando resultado.

Economia

"No ano passado, foram gastos R$ 11 milhões com a coleta e a destinação do lixo em Lages. Sem o projeto e outras ações que estão sendo desenvolvidas nessa área, a despesa seria em torno de R$ 16 milhões", afirma Güttler, que ressalta outra informação reveladora: se a mesma estratégia fosse aplicada a nível nacional, a economia para as prefeituras (que gastam anualmente cerca de R$ 25 bilhões para lidar com o lixo) seria superior a R$ 4 bilhões.

Na semana passada, o pró-reitor de Extensão, Cultura e Comunidade da Udesc, Mayco Nunes, visitou instituições que participam do projeto, em companhia de Güttler e integrantes da equipe.

Segundo o pró-reitor, atendendo um pedido do deputado Mauro de Nadal, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), foi elaborado um documento técnico que poderá servir como fundamento para formulação de um projeto de lei a ser tramitado na Alesc com o objetivo de transformar as práticas dessa ação de extensão em política pública no tratamento do lixo orgânico produzido nos lares de todos os municípios catarinenses. "Não tenho dúvidas que os frutos gerados poderão ser replicados por toda Santa Catarina”, destaca Mayco. 

Mini compostagem

O projeto Lixo Orgânico Zero nasceu de uma ação de extensão iniciada pelo professor Güttler na Udesc Lages em 2013. Com foco na mini compostagem de resíduos orgânicos, o projeto tem participação de escolas públicas, residências e instituições. Em 2018, ganhou a parceria da Prefeitura de Lages.

Desde sua criação, a iniciativa tem colecionado prêmios e participações em eventos sobre o tema, além de captar recursos externos para potencializar seus resultados.

Entre as premiações, foi finalista do Engie Innovation Trophies, realizado em Paris, em 2016; e venceu o Prêmio Lixo Zero, do Instituto Lixo Zero Brasil, em 2019 (na categoria "Conscientização e Educação") e em 2020 (na categoria "Compostagem").  

A repercussão internacional do projeto incluiu apresentações no "We Are Zero Waste Youth Global Meeting", encontro internacional da Juventude Lixo Zero, em Portugal, em 2019, e a publicação de um artigo na revista norte-americana BioCycle, autoridade mundial em reciclagem de orgânicos.

Escrito pela especialista ambiental Ana Carvalho, o texto  foi motivado pela repercussão da iniciativa nas redes sociais e detalhou o método criado por Güttler e o desenvolvimento do vaso compostor.
   
Residuário modelo  

Em termos de recursos, o projeto foi contemplado em 2018 com quase R$ 1 milhão em um edital do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), do Ministério do Meio Ambiente, para incentivar a reciclagem do lixo orgânico no município. Neste ano, recebeu cerca de R$ 50 mil da embaixada da Nova Zelândia, por intermédio do Instituto Lixo Zero Brasil, e R$ 70 mil de uma emenda parlamentar do deputado estadual Mauro de Nadal, atual presidente da Alesc, para implantar a Estação Lixo Zero na Udesc Lages.

Atualmente em implantação, a Estação Lixo Zero será um centro de demonstração de reciclagem de resíduos orgânicos e inorgânicos (como plástico, alumínio e vidro) com o objetivo de fomentar a adoção de práticas lixo zero.

Segundo o Instituto Lixo Zero Brasil, será a primeira do gênero no Brasil instalada dentro de uma instituição de ensino superior e servirá de modelo para outras cidades. Além dos recursos externos, a iniciativa tem contrapartida financeira da Reitoria e da Udesc Lages.

Método inovador

O vaso compostor difundido pelo projeto usa o Método Lages de Compostagem (MLC), desenvolvido por Güttler. Docente do Departamento de Agronomia da Udesc Lages, ele iniciou os testes para criação do vaso em 2018, em seu próprio quintal, usando garrafas pet de 3 litros.

A versão atual do vaso, com garrafas pet de 5 litros, foi feita com ajuda da Juventude Lixo Zero Brasil (Youth), que também produziu um tutorial em vídeo e uma cartilha sobre como fazer o vaso compostor. Os conteúdos viralizaram na internet, dando ampla visibilidade ao método.

Como fazer um vaso compostor

O processo é simples e pode ser feito por qualquer pessoa, sem investimentos, sujeira ou mau cheiro.

Um recipiente pet de cinco litros com a parte superior cortada serve como vaso para compostar restos de comida doméstica e, depois, pode ser transformado em horta ou jardim interno.

Os resíduos orgânicos devem ser depositados em camadas de 20 a 30 centímetros de altura e, depois, cobertos com material orgânico de difícil decomposição, como serragem, folhas secas, grama cortada e galhos triturados.

As camadas devem ser furadas, três vezes por semana, para receber oxigênio. Não é preciso irrigar. Após duas semanas, é possível plantar verduras, legumes, ervas, flores, entre outros, sobre as camadas.

Confira, abaixo, o vídeo que viralizou na internet sobre como fazer um vaso compostor.




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