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Notícia

13/09/2024-09h16

Docência Voluntária permite que professores aposentados voltem a dar aulas na pós-graduação da Udesc

Conheça a história de Sandra Ramalho e Oliveira, professora aposentada do Departamento de Artes Visuais que retornou à universidade neste semestre

“Odeio a aposentadoria, mesmo a própria palavra”, brinca Sandra Ramalho e Oliveira, professora aposentada do Departamento de Artes Visuais do Centro de Artes, Design e Moda (Ceart) da Udesc que ingressou neste semestre no Programa Professor Voluntário da Pós-Graduação. O programa oferece aos docentes que já estão aposentados a chance de voltar ao ambiente acadêmico nos cursos de mestrado e doutorado da universidade.

Sandra vai atuar na disciplina "Ação Educativa em Espaços Culturais" do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (mestrado e doutorado). A disciplina foi criada por ela no currículo da Licenciatura e, posteriormente, adaptada às demandas e complexidades da pós, para a linha de pesquisa "Ensino das Artes Visuais".

Por ser recente seu retorno, ainda não houve seleção de teses e dissertações a serem orientadas por ela, mas quando questionada sobre o desejo de ajudar nesses trabalhos, a resposta é certeira: “Pretendo. Já há pessoas esperando”, conta.

Conforme regulamento do Programa Professor Voluntário da Pós-Graduação (Resolução Consuni 055/2009), os docentes que desejam atuar nos PPGs como voluntários após a aposentadoria devem, prioritariamente, ser doutores aposentados pela Udesc ou outra instituição, com currículo altamente qualificado e produção intelectual relevante em sua área.

Além de orientar projetos de alunos, os voluntários também podem ministrar disciplinas periodicamente, atuando nas salas de aulas, entre outras atividades da pós-graduação. Atualmente, a Udesc Ceart conta com docentes voluntários nos Programas de Pós-Graduação em Música e, agora, em Artes Visuais.

Confira a entrevista realizada com Sandra sobre sua carreira, trabalho na Udesc Ceart e oportunidade de voltar à universidade para lecionar na pós-graduação:

Pode falar sobre sua trajetória na Udesc Ceart?

Como falar de 30 anos de vida? Mais fácil seria dizer o que não fiz. Para limitar a cargos, fui Coordenadora da Graduação em duas ocasiões, Diretora de Pesquisa e Extensão também; Diretora-Geral do Ceart; Coordenadora da Pós-Graduação em Artes Visuais; Pró-Reitora de Ensino e Pró-Reitora de Extensão, Cultura e Comunidade da Udesc. Trouxe a presidência da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas/ANPAP para a Udesc, organizando dois Encontros Nacionais. Em termos de publicações, entre organizações, co-organizações, autorias e coautorias, pude publicar mais de 30 títulos de livros. Pude representar o Ceart de diversos modos, no Conselho Estadual de Cultura, na Comissão Municipal de Artes Pública, a  Udesc no Conselho Regional de Desenvolvimento.Também em diversos eventos no exterior, apresentando trabalhos ou fazendo palestras no México, Argentina, Itália, Alemanha, França, Espanha, inclusive presidindo bancas de doutorado na Universidade Paris VII — Denis Diderot Sorbonne e Universidad de Barcelona. Também atuei como investigadora visitante na Universitat de Girona, Espanha. Isto para falar brevemente, pois teria muitas coisas a mais. Inclusive histórias tristes e outras hilárias, ou inacreditáveis, algumas impublicáveis, mas talvez ainda deixe tudo registrado para a posteridade.

Quando foi seu ingresso no centro? E quando foi a aposentadoria?

Meu ingresso foi em 1987. Odeio a aposentadoria, mesmo a própria palavra. Isto é um capítulo à parte. Procurei nos idiomas que conheço, como isto se chama, porque aposentadoria dá a ideia que vamos ter que nos encerrar nos nossos aposentos. “Retired”, em inglês, “rétiré” em francês, “in pensione”, em italiano. A mais palatável é jubilada, em espanhol. Assim, não sei a data de cabeça, salvei o ato na área de trabalho do meu computador para quando há necessidade real. Tanto que estou voltando.

Quais motivos a levaram a continuar na docência como voluntária?

Amar o que eu sempre fiz, profissionalmente. Cresci e amadureci junto com a Udesc. Eu me sinto parte dela. E para mim, a Universidade, a instituição universalmente reconhecida enquanto tal e uma das mais antigas da história da humanidade, considero quase sagrada, a mais importante em todos os tempos e em todas as sociedades.

Na sua opinião, qual é a melhor parte de estar em sala de aula?

Sala de aula é apenas uma metáfora, porque ser professor universitário não se restringe a aulas, mas a um estado de ser. Durmo professora, viajo professora, passeio professora, descanso professora, meu lazer é o trabalho. Sou esposa, mãe e avó sendo professora. Nada me dá mais prazer, às vezes até me preocupa. Amo quando sou procurada por antigos alunos me pedindo ajuda para questões de sua trajetória profissional. Claro, quando falo “professora”, não me refiro apenas ao ensino, mas a todas as atividades e processos que lhe são - ou deveriam ser - inerentes.


Confira mais uma matéria sobre a docência voluntária na Udesc nesta página.


Assessoria de Comunicação da Udesc Ceart
Por Matheus Alves, estagiário de Jornalismo, com supervisão da jornalista Carolina Dall'Agnese
E-mail: comunicacao.ceart@udesc.br
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