Notícia

A Companhia de Teatro La Luna, formada na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), participou da 6° edição do Festival Nacional e Mostra Internacional de Teatro de Patos de Minas (MG). Com a participação o grupo recebeu três indicações a prêmios, recebendo o troféu de melhor atriz coadjuvante para a egressa do curso de Teatro, Amália Leal. A compania apresentou o espetáculo autoral “Resquício”, um trabalho de Amália Leal e Emili Barosi, desenvolvido em conjunto para a disciplina de Prática de Direção Teatral.

Com a amizade formada na graduação, as estudantes Emili e Amália agregam experiências desde 2014 no Centro de Artes (Ceart), da Udesc. Depois desses quatro anos as duas conheceram o graduando de música Pedro Ta e o professor do Departamento de Artes Cênicas (DAC), Thiago Leite. Juntos começaram a “Cia de Teatro La Luna”, que atualmente participa do “Olaria Coletivo de Artes” em Canelinha (SC). O Coletivo é formado por cinco companhias teatrais de diferentes cidades do estado que buscam democratizar o acesso à cultura.

Para desenvolver trabalhos autorais fora da esfera universitária, a compania La Luna passou a desenvolver suas atividades para a comunidade de maneira gratuita e aberta. Dessa iniciativa surgiu a chance de participar do Festival de Teatro em Pato de Minas. No festival foram indicados às categorias: Melhor Conjunto de Elenco, Melhor Ator Coadjuvante para Thiago Leite e Melhor Atriz Coadjuvante para Amália Leal.

Em novembro a companhia se reúne a outros grupos de teatro e música para percorrer o estado de Santa Catarina no 1º Circuito Universitário Sesc-Udesc de Artes Cênicas e Música, que levará apresentações gratuitas para 14 cidades catarinenses. Nesta primeira edição estão participando dois projetos de música e dois de teatro, formados por alunos e professores da Udesc Ceart.

O evento é gratuito e acontece do dia 3 ao dia 26 de novembro em Brusque, Caçador, Canelinha, Chapecó, Concórdia, Criciúma, Joinville, Lages, Laguna, Palhoça, Rio do Sul, São Bento do Sul, Tijucas e Tubarão.

Sobre a peça Resquício

A peça escrita e dirigida por Amália e Emili foi inspirada no livro O Circo Mecânico Tresaulti, de Genevieve Valentine, que tem na narrativa principal a história de um mundo pós-apocalíptico que produzia pessoas perfeitas através do uso de máquinas.

Na história formada pelas atrizes, elas interpretam Gilda e Brígida, que vivem em um circo mecanizado tentando produzir espetáculos perfeitos e de sucesso. Mas por não serem completamente mecanizadas, a parte humana faz com que seus trabalhos não sejam extremamente perfeitos.

A atriz Amália Leal conta que essa é uma forma de trazer um conteúdo criativo e crítico acerca da realidade atual. “Emilia e eu pensamos em um termo que se chama sistematização não produtiva, que consiste em realizar uma tarefa sem extrair nada além do resultado dela”, comenta a atriz.

Unindo a ideia teórica e a formulação da peça, a Cia de teatro buscou expressar a busca da perfeição através da mecanização de atitudes, personalidades e ações. Amália comenta que “a peça serviu como gatilho para falar também da falta de apoio ao artista e à visibilidade que muitas vezes não lhes é dada”.

Sobre o Festival

O evento que acontece em sua sexta edição recebeu apresentações de companhias de teatro de todo o Brasil. A realização do festival conta com o apoio da Universidade de Patos de Minas (Unipam), porém não é um evento acadêmico e sim nacional. O festival foi realizado de 6 a 14 de outubro, ocorrendo em praças do centro de Patos de Minas (MG) e também em algumas instalações da universidade.


Esta reportagem foi apurada e escrita pela estagiária de Jornalismo do setor, Linda Inês Pereira Lima, sob supervisão e edição da jornalista Laís Moser.

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