O projeto de extensão Encontro com Dramaturgo, do curso de Teatro do Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), vai realizar uma palestra e uma oficina respondendo à pergunta: “pode a criança falar na dramaturgia produzida para as crianças?”. Ministrado pelo dramaturgo Jucca Rodrigues, o evento começa em 8 de novembro e encerra em 6 de dezembro, sempre às segundas-feiras, pela plataforma Zoom. Os interessados devem se inscrever até 8 de novembro.
Na palestra, serão lançados alguns questionamentos sobre as relações de poder entre o mundo imaginário das crianças e dos adultos, na produção de textos teatrais para a infância e juventude. Durante os quatro dias de oficina, os participantes irão buscar respostas dramatúrgicas para os questionamentos, estimulando e fomentando em cada participante, por meio de jogos e exercícios de escrita, a formulação de seus próprios materiais dramatúrgicos.
“É urgente tratar desse tema porque a gente tem mais a aprender com as crianças do que algo a ensinar a elas”, afirma Jucca. Ele explica que a ideia de infância foi modificada ao longo do tempo. Em uma das concepções atuais, a criança é vista como “a expressão de um déficit”, como alguém que ainda não é capaz de entender certas coisas, e o papel do adulto seria suprir esse déficit.
Porém, o dramaturgo aponta alguns estudos recentes que mostram a criança como uma especificidade, um sujeito que tem direitos políticos e sociais. “Nessa perspectiva, se reconheceu a criança como uma produtora de cultura e, portanto, se passou a distinguir aquilo que é uma produção cultural para a criança e aquilo que era uma produção cultural da criança”, completa.
A palestra será em 8 de novembro, às 19h. Já a oficina acontece nos dias 15, 22 e 29 de novembro e 6 de dezembro, de 19h as 21h. A inscrição é gratuita e deve ser feita através do e-mail
dramaturgiacatarinense@gmail.com até 8 de novembro. Os participantes irão receber certificado de dez horas.
Sobre o palestrante
Jucca Rodrigues é diretor, dramaturgo, poeta, professor e gestor na área cultural. Fez mestrado e doutorado em dramaturgia pelo Programa de Pós-Graduação em Teatro da Udesc. Escreveu mais de vinte textos para teatro, entre os quais destacam-se: “Crônica de um Teatro Ambulante”, encenado com a Cia. Teatro de Elevador Panorâmico; e “No money, no time, no nada”, leitura desenvolvida durante o workshop de dramaturgia do Royal Court Theathre. Adaptou o romance “Dois Irmãos” de Milton Hatoum, com Imara Reis, Luiz Damaceno, Vivianne Pasmanter e direção de Roberto Lage. Entre seus trabalhos mais recentes, se destacam “O Segredo da Janela”, com a TRIP Cia. de Teatro em Rio do Sul, “Um Encanto em Nagalândia”, com a Entreaberta Cia. Teatral, “Agoniza, mas não morre” com a Cia. Balacochê, ambos em Florianópolis, e “Ou então não foi nada disso...” com o Laboratório Teatro em Santiago (Chile).
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