Toni Edson em Contos e lendas de Burkina Faso.
Imagem: Arquivo/Divulgação.
É com tristeza que o Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) se despede de Toni Edson, egresso da Licenciatura em Educação Artística - Artes Cênicas da Udesc Ceart e professor do mesmo curso em 2004 e no período de 2007 a 2009.
Toni contribuiu muito para a divulgação na graduação das temáticas da cultura africana e da negritude, bem como das práticas do teatro de rua. Em 2007 ministrou a disciplina Montagem Teatral, dirigindo estudantes e atuando no espetáculo de rua “À direita de Deus Pai”. Em Florianópolis fez parte do Grupo A, do grupo Africatarina, do grupo Cachola no Caixote e foi membro fundador da Trupe Popular Parrua.
Ator negro sergipano, diretor, contador de histórias, professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e pesquisador da oralidade africana e afro-brasileira, estava nos palcos desde os 11 anos de idade. Toni faleceu ontem, 1º de dezembro, e deixa dois filhos.
O Centro de Artes da Udesc registra a singela homenagem a este artista e professor que com sua voz transformou muitas vidas. Nossos sentimentos a todas as pessoas amigas e familiares.
Um cordel pra Toni Edson, por Alexandre Falcão*
Toni nasceu no Sergipe
Na escola fez-se ator
Na infância, o Imbuaça
No teatro, seu amor
Mais ao Sul, a Catarina
Mestre Toni viu nascer
Do Direito às Letras várias
Foi nas ruas florescer
Entre o boi do Sul e Norte
Entre as greves e projetos
Fez-se artista e homem forte
Militante e pai dileto
Tão amado e inteligente
Entre Akil e Jamal
Com sua fala muita gente
Encantou-se na Ufal
Na herança, a negritude
Junto aos djelis ou griôs
Na presença, a amplitude
De quem em África se encontrou
Na Bahia e Alagoas
Com seus contos fez sorrir
Entre tantas turmas várias
Outras aulas fez parir
Mais diversas, mais cantadas
Divertidas e narradas
Junto a seus Filhos do céu
Contações em carrossel
Junto ainda aos Gajurus
E compadres de La Casa
Pela Praça Sinimbu
Sua arte criou asas
Mas, a história desta vez
Trouxe um triste fim-sinal
Das alturas que se fez
Brincou de perna de pau
Das alturas onde anda
No Orum, junto aos demais
Com certeza, beijos manda
Da Direita de Deus Pai
*Alexandre Falcão é professor do Departamento de Artes da UNIR - Universidade Federal de Rondônia, e membro do GT Artes Cênicas na Rua da ABRACE - Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação em Artes Cênicas.
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