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Centro de Educação Superior do Oeste

Notícia

03/12/2020-10h43

Pesquisa inédita da Udesc Esag ajuda gestores a melhorar eficácia de unidades de saúde

Fernanda Linhares (à esquerda), com os orientadores Marcos Wink e  Micheline Hoffmann, durante a defesa da dissertação
A pesquisadora Fernanda Linhares dos Santos produziu um estudo inédito que avalia o impacto das unidades de pronto-atendimento (UPA) em todo o país na redução de internações hospitalares por doenças respiratórias. O modelo desenvolvido durante o estudo permite que um gestor público avalie com mais precisão quantos casos as UPAs conseguem resolver ali mesmo, sem encaminhar o paciente a um hospital.

Os resultados da pesquisa foram relatados na forma de uma dissertação aprovada no início de novembro no Mestrado Profissional em Administração da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), ligado ao Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) da universidade, em Florianópolis.

O estudo partiu de uma demanda da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, que precisava de mais embasamento para decisões como criação ou não de novas UPAs, por exemplo. O trabalho contou com a colaboração do médico e pesquisador Leandro Pereira Garcia, da Gerência de Inteligência e Informação da secretaria, também é egresso do Mestrado Profissional em Administração da Udesc Esag. 

Fernanda fez a defesa do trabalho para a banca examinadora por videoconferência (em razão das medidas de contenção da pandemia de Covid-19). A dissertação foi orientada pelos professores Marcos Vinício Wink Júnior e Micheline Gaia Hoffmann, da Udesc Esag.

Médicos

Uma das conclusões do estudo é que a atuação das UPAs reduz, sim, as internações hospitalares por doenças respiratórias e que mais médicos trabalhando mais horas aumentam esse impacto – mas só até certo limite, que varia conforme as características de cada município. A partir de um certo número, o aumento da quantidade de horas-médico trabalhadas vai perdendo o efeito de reduzir o número de internações em hospitais.

Um recorte do estudo feito para Florianópolis mostra que 1 hora/médico trabalhada em UPA a cada 1.000 habitantes, em comparação à ausência de UPAs, causa uma redução de cerca de 4 internações a cada 1.000 habitantes. "O efeito é significativo, mas se reduz à medida em que são aumentadas às horas/médico trabalhadas em UPAs", explica a pesquisadora.

Em Florianópolis, por exemplo, o aumento de 4 para 5 horas/médico a cada 1.000 não é estatisticamente significativo. "Isso quer dizer que, se a cidade contratasse mais profissionais para elevar essa carga para 5 horas-médico por 1.000 habitantes, isso teria pouco ou nenhum efeito na redução das internações hospitalares”, diz Fernanda

Conclusões como esta podem ajudar muito os gestores públicos a gerenciar os recursos disponíveis para atendimento da população por meio das unidades de saúde. E não só em relação às internações por doenças do aparelho respiratório. “Desenvolvemos um modelo que pode ser usado com outras variáveis, como mortalidade e fatores que impactam nela, por exemplo, ou para avaliar o impacto do atendimento para outros tipos de doenças”, explica a pesquisadora.

Dados

Para chegar a essas conclusões, a pesquisa usou dados de todas as UPAs funcionando nos 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Os atendimentos foram comparados com os encaminhamentos para internações por doenças respiratórias, por serem casos com maior probabilidade de serem resolvidos ainda na unidade, sem chegar ao hospital.

“Em alguns casos, como acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto, não há a possibilidade de o paciente não ser encaminhado para um hospital, pelos próprios protocolos de atendimento, e então não seria possível avaliar esse efeito das UPA em relação a essas doenças”, explica Fernanda. Foi também para evitar vieses nos números, por causa da escala utilizada, que o estudo se concentrou nos municípios com mais de 100 mil habitantes.

Também foi feito um recorte específico para o caso de Florianópolis, com uma análise mais detalhada. De acordo com a pesquisadora, os resultados foram muito semelhantes aos encontrados na média nacional.

Leia aqui a dissertação na íntegra.

Mais informações sobre o estudo podem ser obtidas com a pesquisadora, pelo e-mail fernanda.linhares.santos@gmail.com.

Assessoria de Comunicação da Udesc Esag
Jornalista Carlito Costa
E-mail: comunicacao.esag@udesc.br
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  • Fernanda Linhares (à esquerda), com os orientadores Marcos Wink e Micheline Hoffmann, durante a defesa da dissertação
 
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