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Centro de Educação do Planalto Norte

Notícia

10/07/2020-15h25

Nota de falecimento e homenagem ao artista plástico Adelar Bazzanella

Adelar foi aluno e professor da Udesc Ceart

Adelar Bazzanella  Foto: arquivo pessoal
O Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina, lamenta pelo falecimento, na noite de quarta-feira, 8 de julho de 2020, do artista plástico Adelar Bazzanella, aos 69 anos de idade.

Nascido em Carazinho, Rio Grande do Sul, em 1951, Adelar se radicou em Florianópolis, onde cursou Educação Artística/Artes Plásticas no Ceart, no início da década de 1990.

Durante 30 anos fez parte da vida cotidiana do centro como aluno de graduação, de mestrado e como professor. Quando se afastou do Ceart continuou sempre presente pelas relações mantidas com inúmeros colegas – muitos deles transformados em amigos com os quais compartilhava uma intransigente defesa dos ideais democráticos.

Nos últimos anos, já fixado no município de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, o artista desenvolvia o projeto de um multi atelier de artes, voltado para a comunidade, onde se trabalharia a arte com o olhar múltiplo que ele entendia como fundamental. Saber fazer, ter contato direto com materiais, experimentar a arte, respeitando os saberes artesanais. No entanto, já enfrentava dificuldades no trabalho pesado por conta da sua frágil condição de saúde.

Adelar deixou o filho Ariel, o enteado Tharon, as enteadas Krishnanda, Tharin, Thayne e Thayse, a companheira Carla Miriam, além de uma legião de amigos.

Homenagens
"Adelar foi um dos maiores conhecedores de materiais e prática escultórica que passou pelo Ceart. Um professor dedicado, extremamente capaz de transmitir seus vastos conhecimentos. Ensinou, apoiou e encantou dezenas de estudantes, mesmo não tendo sido efetivado como professor da casa. Era puro conhecimento e acolhimento, um mestre à moda antiga. Aprendemos com ele sobre o melhor da materialidade humana - alteridade e humildade" (Mariana Novaes e Marcelo Wasem).

“O Adelar sempre foi um exemplo, além das conversas maravilhosas no cafezinho entre uma aula e outra. Quando discutíamos, temas de política aos métodos de tratamento dos metais na idade média, sempre me via surpreendido com algo novo, uma informação nova, uma exaltação, uma piada, um sorriso. Sua inquietude, sua motivação e seu carinho marcaram muitos dos momentos que levarei para sempre” (Douglas Antunes)
“Adelar foi meu aluno logo que iniciei minha carreira de professor na Udesc. Era nove anos mais velho que eu e tivemos uma imediata identificação. Acredito que, com ele, aprendi muito mais do que ensinei. Nos anos que se seguiram a relação pedagógica transformou-se em parceria e em amizade que se manteve mesmo frente à dinâmica da vida. Recebi com grande consternação a notícia da sua morte que deixa o mundo muito mais triste e com menos esperança” (Pedro Martins).

“Adelar sempre foi e sempre será nosso grande mestre. Um artista ímpar, um amigo de coração maior que o peito. Como professor, foi muito além do que ele mesmo pôde dimensionar. Adelar plantava sementes, fazia brotar indagações, nos levava sempre a buscar mais. Não negava conhecimento, não negava experiência, não tinha medo do brilho que via ao nos lapidar com sua maestria. Orgulhava-se de cada conquista e nunca deixou de alimentar a chama por conhecimento e Arte em cada um daqueles que conquistou para sempre. De tudo o que aprendi com ele, o mais importante é ter aprendido o que é ser, de verdade, professor, para além das paredes da sala de aula. Viverá em mim em cada texto, em cada aula, em cada obra. Sua voz, potente, sua risada contagiante e suas piadas infames estarão sempre em nossa memória” (Sara Santos).

“O Adelar é uma daquelas pessoas que temos várias formas de lembrar: como bom aluno, não queria perder tempo com conversa fiada; como professor, era um tecnicista criativo sem perder substância; e, como amigo, adorava um bom papo crítico e gozado, com todo respeito. Queria conhecer mais Adelares por aí. Deixa saudades” (Esdras Pio – Dico).


Professor está presente?
Pincéis, paredes, murais
E nunca mais...
Madeiras, desenhos, pigmentos
Tormentos...
Artesão, artista, prateiro mestre
Amuado vieste
A via na vida que fizestes
Amores, amigo leal
(Jamais banal)
Partistes-te em cálculos astrológicos
Lógicos e místicos pra onde não se sabe...
Se para os teus que já se foram
Ou junto aos nossos que lamentam
Nas controvérsias dos poderes
As discussões e os fazeres
Que dizer? Se hoje me calo.
Pedir aos ancestrais que te acompanhem?
Ou às divindades que carregavas?
Hoje é festa no Orun, o céu dos desvalidos
Hoje é festa entre os boêmios
Aos discípulos, docentes não estão tristes de fato ou doentes.
Assim como os que te conheceram nesta existência.
Ao amigo Adelar que a paz em ti seja presente.

Canabarro, julho de 2020.


Assessoria de Comunicação da Udesc Ceart
E-mail: comunicacao.ceart@udesc.br

O texto foi escrito por amigos do artista plástico Adelar Bazzanela, em sua homenagem.
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