A professora Virgínia Yunes, do Departamento de Artes Visuais do Centro de Artes (Ceart), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), lança nesta sexta-feira (3) o livro “Cabelos Afro: Cultura e Resistência”.. Construído coletivamente, conta com fotografias de Virgínia, poemas de Allende Pereira, design gráfico de Martina Hotzel e textos do crítico Allende Renck e do antropólogo Marcelo da Silva.
A obra apresenta a estética negra expressa nos cabelos de crianças, jovens e adultos, de homens e mulheres transgênero e cisgênero, pessoas de diversas camadas socioeconômicas presentes em Florianópolis. “Na pluralidade dos seus penteados, vemos se consolidar uma poderosa resposta coletiva contra as pressões do ‘branqueamento’”, dizem os autores, que explicam o objetivo do livro: “ao fazer ver estas faces da cultura afrodescendente, dentre inúmeras outras, buscamos contribuir para o fortalecimento de uma emancipação estética e convidamos o leitor a ser parceiro na construção contínua de uma cultura plural, democrática e igualitária”.
O lançamento será nesta sexta, às 19h, no canal do
Youtube Allende Oficial. Contemplado com o Edital Elisabete Anderle de Apoio à Cultura/Artes Populares de 2019, o livro estará disponível para compra, depois do lançamento, diretamente com os autores. Além disso, 300 exemplares serão distribuídos gratuitamente em escolas, universidades e bibliotecas públicas.
Confira um trecho da apresentação de “Cabelos Afro: Cultura e Resistência”, escrita pela professora Virgínia:
"Trançados, lisos, ondulados, cacheados, crespos, encaracolados, com coques, apliques ou miçangas, longos ou curtos, pretos ou coloridos, soltos ou amarrados, os cabelos são arrumados e expressam criatividade e originalidade. No continente africano, a arte do penteado faz parte da cultura e carrega uma grande riqueza simbólica, pode transmitir valores culturais, indicar identidade étnica, região geográfica, religião, camada social, estado civil e até mesmo detalhes pessoais da vida do indivíduo. Na diáspora africana, o cabelo afro alia a busca da beleza com o confronto aos padrões da estética europeia, marca o encontro dos afrodescendentes com suas raízes e identidades, é um dos elementos de afirmação, do empoderamento e da resistência. O cabelo crespo e o corpo negro podem ser considerados expressões e suportes simbólicos da identidade negra no Brasil. Juntos, eles possibilitam a construção social, cultural, política e ideológica de uma expressão criada no seio da comunidade negra: a beleza negra".
Para saber mais entre em contato com Virgínia via redes sociais
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Confira as ilustrações/fotos do livro na galeria de imagens abaixo.
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