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Priscila da Costa, graduada em Teatro pelo Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) no ano de 2016, e ex-bolsista de extensão e pesquisa no Luz Laboratório Universitário de Tecnologia Cênica da Udesc Ceart, está trabalhando em um dos maiores teatros da Europa, a Ópera Nacional de Paris (Ópera Garnier).

Priscila, que está na França em fase de conclusão de um mestrado em iluminação na Université d'Artois, inscreveu-se para trabalhar na equipe de iluminação da Ópera de Paris e, devido ao seu currículo como iluminadora e conhecimentos técnicos na área, foi aprovada com contrato temporário.

“A Udesc, como universidade pública e gratuita, oferece formação de qualidade no ensino, pesquisa e extensão. Priscila transitou por todas essas áreas, mergulhou nas experiências de iluminação cênica a partir da graduação em teatro em Florianópolis para outras cidades, estados e países. Sua trajetória muito nos orgulha e motiva a acreditar no potencial transformador da educação”, afirma a atual diretora de Extensão da Udesc Ceart e também professora do Departamento de Artes Cênicas, Daiane Dordete.

Trajetória na iluninação teatral

Desde seu ingresso no curso de Artes Cênicas, em 2012, Priscila da Costa começou a se envolver com a área de iluminação teatral. No começo da graduação participou do curso “eletricidade básica para teatro”, através do programa de extensão Luz Laboratório, passando a integrar a equipe de bolsistas do laboratório, coordenado pelo professor José Ronaldo Faleiro e tendo como técnico o iluminador Ivo Godois.

Como jovem e mulher, sabia estar entrando em um espaço amplamente ocupado por homens. “A Priscila foi nossa primeira bolsista de técnica de iluminação. Lembro-me que o laboratório formou excelentes profissionais, mas até então eram todos homens. Com o trabalho que fizemos de conscientização feminista e estudo de gênero no teatro no DAC [Departamento de Artes Cênicas], o laboratório começou a abrir espaço para as mulheres. Que na verdade são a maioria no corpo discente”, afirma a professora Maria Brígida de Miranda, que acompanhou a trajetória da ex-aluna.

A professora Vera Collaço, orientadora de Priscila no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), também comenta a trajetória de sua ex-bolsista de pesquisa e orientanda: “Priscila direcionou o seu foco de interesse para uma área quase masculina - a iluminação! Como ela muitas outras mulheres passaram, no decorrer do século 21, a reivindicar, se preparar e ser a agente de iluminação da cena! Tenho muito orgulho de ter acompanhado seus primeiros passos nesta direção”.

Além de integrar durante a graduação a equipe do Laboratório de Tecnologia Cênica da Udesc Ceart e a coordenação do evento "A Luz em Cena", realizado na Universidade, Priscila também fez parte da coordenação técnica do Festival Internacional de Teatro de Animação (Fita Floripa) por sete anos. Em 2018, através do festival, conheceu o grupo Francês Cie théâtre d'image(s), sendo convidada em 2019 a integrá-lo a partir da saída do então responsável pela iluminação. Com o grupo, participou em outubro deste ano de festivais na Coreia do Sul, além de apresentações na França.

Entre suas experiências internacionais, a egressa também integrou de forma temporária neste ano a equipe de iluminação do Théâtre du Nord na cidade de Lille, norte da França. Nesta cidade também estabeleceu contatos com a Université de Lille através da professora Véronique Perruchon, e por meio de convênios com a embaixada da França, com a Aliança francesa e com o Programa Luz Laboratório da Udesc, auxiliou na vinda da professora ao evento "A Luz em Cena" em setembro de 2019, realizado nas dependências do Centro de Artes, em Florianópolis.

Na Universidade de Lille também estabeleceu contatos e intercâmbios de conhecimentos com a diretora canadense Soraya Bash, que montou o espetáculo Projet F, uma peça de teatro “colaborativa e inclusiva” com elenco de mulheres. Priscila assistiu ensaios, criou e operou a luz nas apresentações da temporada em Lille. Em novembro deste ano, participou do Colóquio Internacional Lumière-Matière, na Universidade de Lille, apresentando a comunicação "Sentir a luz, a iluminação na experiência do intérprete", em livre tradução.

O professor José Ronaldo Faleiro, docente no curso de Teatro e coordenador do programa de extensão onde Priscila iniciou como iluminadora, também fala sobre o caminho trilhado por ela: “Desejosa em ampliar horizontes, [Priscila] completa seus estudos e práticas na França e ilumina, agora, espetáculos na prestigiosa Ópera de París (Palais Garnier), local repleto da energia de artistas como Rudolf Nureyev e Maria Callas ou pinturas de Chagall no teto do edifício”. Sobre suas conquistas profissionais, ele também pontua: “Unindo sutileza e obstinação, Priscila se insere na linhagem de iluminadoras de teatro que, com a sua presença e valiosa participação, contribuem para a causa feminina pelo mundo afora e para um novo olhar sobre a arte da luz no teatro”.

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