Venda da carne de cavalo é permitida no Brasil
Foto: Rhayana Kharina Grosskopf
Pesquisa de aluna do curso de Zootecnia, do Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), aponta as vantagens do consumo da carne de cavalo por apresentar menor teor de gordura em relação à bovina e suína e sabor adocicado. Porém, questiona se ela é uma alternativa para a comercialização, ao lembrar que há um preconceito em relação ao consumo da carne eqüina no mercado brasileiro, apesar da venda ser permitida.
O resultado do trabalho da estudante Rhayana Kharina Grosskopf foi publicado na edição 145 desta semana do suplemento
Sul Brasil Rural, encartado no jornal Sul Brasil, editado em Chapecó e com circulação em municípios vizinhos. Ela recebeu orientação do professor Julcemar Dias Kessler, do Departamento de Zootecnia da Udesc Oeste. O encarte rural é organizado pelo professor Paulo Ricardo Ficagna, também do curso de Zootecnia.
Cor variada
Segundo a autora do estudo, em tempos remotos na Europa os cavalos selvagens eram utilizados para o consumo da carne de pele. Atualmente, a carne é consumida principalmente na Alemanha, França e Itália por meio de cortes cárneos ou na produção de salsichas. Os maiores produtores são a China, seguida do México, e exportadores a Bélgica, Argentina, Brasil, Canadá e Estados Unidos.
A cor da carne de cavalo varia de vermelho escuro a pardo avermelhado, possui fibras finas e longas e consistência firme, constata a pesquisa. Os cortes consumidos in natura são parecidos com os da carne bovina, e partes da carcaça que apresentam carne mais dura são consumidas moídas.
Características diferentes
De acordo com o artigo da aluna da Udesc Oeste, em diversas características a carne eqüina possui diferenças quando comparada com a bovina ou suína. Possui menor teor de gordura – em torno de duas ou três gramas em 100 gramas de carne – . Tem também maior quantidade de ácidos graxos insaturados do que saturados, o que a torna mais saudável.
Já em relação á proteína, a pesquisa constatou que os teores se assemelham a da carne bovina com cerca de 20 gramas em 100 gramas de carne. Possui também maior quantidade de colágeno muscular, “o que a torna mais fácil de mastigar”.
Rhayana Grosskopf descobriu também que a carne eqüina tem uma cor forte por causa da presença de mioglobina (proteína), é rica em nitrogênio proteico, possui grande quantidade de ferro e um baixo nível de lipídeos.
Porém, destaca que a vida de prateleira da carne de cavalo é menor do que a da bovina, o que, segundo ela, seria uma desvantagem. Porém, ressalta, “a qualidade que a carne apresenta compensa o menor tempo de armazenamento”.
Mais cara
Segundo a pesquisa, além do preconceito em relação ao consumo da carne eqüina, a criação do animal se torna mais cara do que a bovina ou suína, “ o que pode tornar inviável a criação do cavalo apenas para a terminação ou abate”, diz a aluna da Udesc Oeste. No Brasil, diz Rhayana, a maioria dos eqüinos abatidos geralmente não possui mais função reprodutiva, esportiva ou para o trabalho.
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