Alimentos comprados em supermercados tiveram queda nos preços
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Depois de duas variações levemente negativas em
março (-0,07%) e
abril (-0,05%), a inflação nos preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias em Florianópolis ficou em 0,14% em maio. A variação positiva, mas ainda pequena, mostra o terceiro mês de relativa estabilidade nos preços. A inflação acumulada desde janeiro está pouco abaixo de 1% e, nos últimos 12 meses, em 2,6%.
Os números são do
Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do
Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da
Fundação Esag (Fesag). O boletim mensal de maio foi divulgado nesta segunda-feira, 1º.
Efeito quarentena
O trimestre de estabilidade nos preços coincide com a adoção das medidas de isolamento social estabelecidas pelas autoridades em razão da pandemia de Covid-19, com fechamento parcial do comércio e desincentivo à circulação das pessoas, para prevenção do contágio.
De acordo com o coordenador do ICV/Udesc Esag, Hercilio Fernandes Neto, houve redução do consumo em quase todos os grupos de itens pesquisados. “Essa redução generalizada do consumo é a principal razão para essa estabilidade dos preços nesses três meses”, afirma Fernandes.
Alimentos e combustíveis
Os dois principais grupos (Alimentação e Transportes, que juntos tem um impacto de quase 40% na formação do índice) tiveram variação negativa.
No caso dos alimentos, a variação geral foi de -0,8%, com queda maior nos produtos comprados para serem consumidos em casa (-1,3%) e estabilidade nos preços das refeições em restaurantes e lanchonetes.Ainda assim, houve aumentos fortes em alguns alimentos fora de safra, como a batata inglesa (26,8%), a cebola-de-cabeça (21,8%) e o feijão (6,2%).
Também houve uma redução média dos preços dos transportes (-0,13%). As passagens aéreas, que tiveram uma redução de quase 15% no mês anterior, voltaram a cair fortemente em maio (-9%). Os preços dos combustíveis para automóveis, que tiveram uma queda de quase 11% em abril, também voltaram a ter redução em maio (-2,4%), ainda que bem menor.
Outros preços
Além de alimentos e transportes, houve redução média dos preços dos itens de vestuário (-0,27%), despesas pessoais (-0,23%) e educação (-0,40%), enquanto os serviços de comunicação ficaram estáveis.
Houve aumento de 0,32% nos custos de habitação, puxado pela variação do aluguel (1,1%), e de 2,41% em saúde e cuidados pessoais. Nesse grupo estão incluídos os planos de saúde, com alta de 3,6%. Os artigos de residência também ficaram mais caros (1,13%) em razão do aumento dos preços dos aparelhos eletrônicos (2,55%).
Sobre o Índice de Custo de Vida
O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 30 de maio.
A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag), na atualização das ferramentas utilizadas.
Mais informações podem ser obtidas em
udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os
boletins mensais (desde 2010) e as
séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.
Assessoria de Comunicação da Udesc Esag
Jornalista Carlito Costa
E-mail: comunicacao.esag@udesc.br