Segundo docente, obesidade é fator mais determinante
para alterações cardiovasculares - Foto: Divulgação
O professor
Mário César Nascimento, do
Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (Cefid), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), expôs trabalho neste mês no
38º World Congress of The International Union of Physiological Sciences, realizado no Rio de Janeiro.
O estudo "Sobrepeso e disautonomia: uma combinação precoce de doenças cardiovasculares em adultos" foi feito a partir do doutorado de Nascimento, que aborda o impacto do nível de atividade física e do sobrepeso em jovens filhos de hipertensos. No trabalho, foram cruzadas informações de integrantes de oito grupos.
O trabalho apontou que, mesmo não manifestando alterações clínicas, os jovens adultos apresentam alterações no sistema nervoso, por meio do aumento da atividade simpática e redução da atividade parassimpática, devido ao sobrepeso. Essas alterações são um indicativo de mudanças negativas iniciais no organismo.
Inúmeros estudos acadêmicos demonstraram que o aumento da gordura corporal está associado a doenças como hipertensão arterial, doença arterial coronária e diabetes tipo 2, e aumento do risco de morte.
"Os dados preliminares da minha tese apontam que o sobrepeso e a obesidade contribuem mais para alterações cardiovasculares do que a hereditariedade. A ideia é tentar chegar a marcadores biológicos anteriores aos tradicionais marcadores clínicos de diagnósticos, principalmente para hipertensão", afirma Nascimento.
Durante a programação do congresso, o professor também acompanhou as atividades de pesquisadores de Fisiologia de países como Japão, Inglaterra, Dinamarca, Argentina, Bélgica e África do Sul.
O evento, que é organizado pela
Internacional Union of Physiological Sciences (Iups) e pela
Sociedade Brasileira de Fisiologia (SBFIS), terá sua próxima edição na Alemanha.
Experiências no Canadá e nos EUA
Nascimento está cursando o Doutorado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho (Uninove), de São Paulo, e, entre junho e julho, concluiu o módulo internacional do curso no Canadá e nos Estados Unidos.
O professor participou de palestras, visitou universidades, conselhos de saúde e instalações esportivas, além de acompanhar atividades em parques e na natureza, como trilhas ecológicas e canoagem, e pesquisas cardiovasculares na Universidade Nova Southeastern, da Flórida, nos EUA.
Nos Estados Unidos, o docente também acompanhou as atividades da Escola Técnica McFatter, que tem cursos técnicos na área da saúde, como Assistência Médica, Enfermagem e Farmácia, além de oferecer qualificação e formação para adultos.
Dentre as características do ensino americano que chamaram sua atenção, estão o "cuidado com a formação dos alunos" e os "diversos recursos e espaços à disposição dos professores".
"Foi muito importante conhecer e vivenciar a estrutura e a forma de trabalho desses países. É enriquecedor tanto para aprimorar o conhecimento quanto para aprofundar as relações e viabilizar futuras parcerias em atividades acadêmicas e pesquisas", avalia.
Estudo deu origem a livro
Em dezembro de 2015,
Nascimento publicou o livro "Aderência ao exercício físico na saúde e na doença cardiovascular", primeira obra em português sobre o tema.
Publicado pela editora Novas Edições Acadêmicas, o livro questiona o porquê de os níveis de prática de exercícios físicos ainda não serem suficientes mesmo com o investimento de tempo e dinheiro em campanhas.
A obra discute modelos de comportamento e características do estilo de vida que podem ajudar a explicar e dar suporte às intervenções para a adoção da atividade física.
Mais informações sobre o estudo podem ser obtidas pelo e-mail
mario.nascimento@udesc.br.
Assessoria de Comunicação da Udesc
E-mail: comunicacao@udesc.br
Telefones: (48) 3664-8006/8010