Uma pesquisa desenvolvida pelo curso de Engenharia de Alimentos do
Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Pinhalzinho, constatou que quatro pontos de venda que produzem e comercializam sorvete na região apresentaram 75% de coliformes fecais e estafilococos colagulase positiva (micro-organismos). O estudo analisará 20 pontos de venda de sorvete nos próximos meses.
O projeto de pesquisa, que começou neste ano e busca avaliar as condições higiênico-sanitárias dos sorvetes da Região Oeste, é coordenado pela professora Liziane Schittler e conta com a colaboração da professora Andréia Zilio Dinon, da Udesc Oeste, do professor Wladimir Padilha da Silva, da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), e dos estudantes Rafaelli Treviso e Miriam Enderle.
Contaminação microbiana
Segundo a professora Liziane, o sorvete é um produto alimentício elaborado à base de leite e é obtido por meio do congelamento de uma mistura pasteurizada de diversos ingredientes, "que se constituem em um bom meio para multiplicação de microorganismos, quando se observa a sua constituição nutricional".
Além disso, as condições de preparo e comercialização do produto podem contribuir para a contaminação por meio de micróbios.
"Entre os principais perigos microbiológicos encontrados no sorvete, advindos da má qualidade dos ingredientes e das deficiências no processamento e manipulação, estão
Salmonella ssp.,
Staphiloccoccus aureus e
Listeria monocytogenes, que estão sendo avaliados pelo projeto de pesquisa", explicou.
"Todos esses micro-organismos podem sobreviver em baixas temperaturas e são responsáveis pelas intoxicações e infecções alimentares. Alguns deles podem causar a morte de humanos", acrescenta a coordenadora do projeto de pesquisa.
Os resultados obtidos são comparados com a
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 12/2001 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que dispõe sobre o controle sanitário e define os critérios e padrões microbiológicos dos alimentos.
TCC
A pesquisa do curso de Engenharia de Alimentos foi baseada em um trabalho de conclusão de curso (TCC) realizado em 2013 pela acadêmica Aline Kracik, que avaliou a qualidade do sorvete expresso comercializado em todos os pontos de venda de um município de Santa Catarina.
O estudo da aluna apontou que 58,33% das amostras coletadas estavam fora dos padrões estabelecidos pela Anvisa.
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