Alunos e professores do curso de Ciências Contábeis do
Centro de Educação Superior do Alto Vale do Itajaí (Ceavi), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Ibirama, não estão utilizando as informações disponíveis nos portais de transparência, criados para a divulgação de informações e controle da gestão pública, em atividades de ensino, pesquisa e extensão.
A conclusão é de uma
pesquisa sobre percepção acadêmica dos portais de transparência pública, elaborada com base em um levantamento feito por meio de questionário pela egressa Ariana Gazaniga e estruturada pelas professoras Valkyrie Vieira Fabre e Lara Fabiana Dallabona.
O estudo será um dos
cinco trabalhos da Udesc Ibirama a ser apresentado no
Congresso Internacional de Administração, que ocorrerá entre 13 a 16 de setembro, em Natal.
Segundo o estudo, a maioria dos entrevistados tem conhecimento da existência de portais de transparência e já os acessaram por algum motivo, e 22% os procuraram com frequência. No entanto, o item mais pesquisado foi a remuneração dos servidores públicos.
O trabalho apontou também que, dos 48 alunos pesquisados, 37,5% disseram que acessaram algum portal e que, toda a vez que buscaram alguma informação, conseguiram encontrar o que procuravam. Já entre os professores, 57,1% encontraram sempre o que procuravam e 49,9% na maioria das vezes acharam as informações pesquisadas.
Para as autoras da pesquisa, a utilização dessa ferramenta no meio acadêmico deve ser repensada se for levada em consideração as manifestações públicas realizadas no País por maior transparência e fiscalização dos recursos públicos.
Difusão
Segundo as professoras da Udesc Ibirama, o problema que motivou a pesquisa originou-se da dúvida sobre o uso das informações dos portais de transparência para fins acadêmicos.
Elas observam que, se os hábitos de consulta e fiscalização ainda precisam ser estimulados na sociedade, "é necessário difundir esse acesso nos cursos de graduação que formarão os profissionais responsáveis pela geração desses dados".
De acordo com Valkyrie e Lara, administradores, contadores e economistas, ao ingressarem no mercado de trabalho, "se deparam com situações específicas, que, muitas vezes, poderiam ser resolvidas pela consulta aos portais de informações governamentais".
Acesso à informação
A
Lei Federal nº 12.527/2011 determinou a publicação em tempo real das informações sobre a execução orçamentária e financeira nos meios eletrônicos de acesso público.
"Com isso, a sociedade passou a ter maiores oportunidades para exercer controle social, enquanto que profissionais que geram dados contábeis e administrativos, na área pública, tiveram seu trabalho valorizado", constata a pesquisa.
O estudo ressalta, no entanto, que pouca adianta ter dados sobre as contas públicas disponibilizadas em um portal se essas informações estiverem prejudicadas pelo formato da disposição de dados.
"Não basta apenas colocar os dados à disposição, eles precisam ser apresentados de forma que facilitem a compreensão e a extração das informações", advertem as autoras da pesquisa.
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Jornalista Valmor Pizzetti
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