Logo da Universidade do Estado de Santa Catarina

Notícia

02/12/2025-18h48

Udesc 60 anos: contribuições da universidade para a inovação tecnológica e social

Produtos e soluções refletem a atuação da universidade

Pós-graduação em Enfermagem desenvolve produtos para atender demandas de saúde. Imagem: Divulgação
Para estimular um ambiente inovador, a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) conta com infraestrutura moderna de salas, laboratórios e espaços de pesquisa, ensino e extensão. Além disso, desenvolve projetos de cooperação com agências de fomento e entidades produtivas, que oferecem suporte aos membros da comunidade universitária por meio do Programa Institucional de Inovação e do Programa de Bolsas para Inovação.

Esse esforço coletivo já resultou em 35 patentes registradas, oito marcas protegidas, sete cultivares registradas (variedades cultivadas de plantas obtidas por meio de técnicas de melhoramento genético) e 11 softwares em análise, conquistas obtidas a partir de articulações internas e externas, com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais. 

Além disso, em 2024, a Coordenadoria de Projetos e Inovação (Cipi) da Udesc viabilizou 744 bolsas, um aumento de 46% em relação ao ano anterior. Foram 571 bolsas para alunos, 173 para professores e 468 de estímulo à inovação.

A Udesc mantém, ainda, parcerias estratégicas com parques tecnológicos e incubadoras em diferentes regiões de Santa Catarina, como Softville, Inovaparq, Sapiens Parque, IT Fetep, Aderi, Ágora Tech Park e Orion Parque Tecnológico. Essas conexões fortalecem o ecossistema de inovação e aceleram soluções de impacto social, ampliando processos de licenciamento, transferência de tecnologia e cooperação com empresas e centros de pesquisa.

A atuação da universidade em redes de inovação reflete em projetos que ganham forma e começam a chegar à sociedade como produtos e tecnologias de impacto.

Soluções tecnológicas no campo

A Udesc Lages - Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) - é responsável pelo maior programa de melhoramento genético de morangueiros do Brasil. Com início em 2011, o projeto já lançou diversas cultivares adaptadas ao clima subtropical, e tem ampliado sua atuação para países como Chile, Peru, Argentina e Colômbia. 

"Em algumas pesquisas, nós usamos a base genética italiana para iniciar o programa aqui no Brasil e validar as condições de produção de morangos em local subtropical”, explica o coordenador do programa, Leo Rufato, professor do Departamento de Agronomia da Udesc Lages. A iniciativa é realizada em parceria com o centro italiano Conselho para a Investigação e Experimentação Agrícola - Unidade de Investigação em Fruticultura de Forlì (CRA-FRF).

A inovação está presente em todas as etapas, desde o cruzamento genético até a multiplicação vegetativa das plantas – um processo que utiliza tecidos do vegetal original cultivados em laboratório. Chamados de meristemas, esses tecidos são enviados à empresa parceira Agromillora, para produzir as matrizes que dão origem às mudas. As novas plantas são então distribuídas aos produtores por 14 viveiristas credenciados no Brasil, além de parceiros internacionais.

As seis cultivares desenvolvidas são Pircinque, a primeira lançada, Alpina10, Bellalinda, Jonica, Kiara e Randoce. Cada uma possui características específicas que garantem mais qualidade aos frutos, como alta produtividade, aparência, formato, sabor, tamanho, tempo de produção e resistência a fatores externos.

“Nosso programa já tem material novo, produzido aqui mesmo no Brasil. No começo do ano que vem, vamos encaminhar o registro de duas novas cultivares, extremamente produtivas, com muita qualidade de frutos e boa resistência a doenças”, antecipa Rufato. 

Além do impacto econômico para a Udesc, com arrecadação significativa de royalties, o projeto tem destaque pelo viés educacional. A cada semestre, cerca de 50 estudantes e pesquisadores participam das atividades, desde o ensino médio até o pós-doutorado. A parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e empresas privadas garante bolsas e estrutura para formação de profissionais altamente qualificados.

Com crescimento acelerado e reconhecimento internacional, o programa da Udesc é exemplo de como a ciência aplicada e a inovação podem transformar a sociedade, gerar desenvolvimento regional e posicionar Santa Catarina como referência em diferentes áreas.

Cooperação que gera impacto na sociedade 

A Fazenda Experimental do Centro de Educação Superior do Oeste (Feceo) é outra referência em inovação aplicada ao ensino e à pesquisa na universidade. A fazenda fica em Guatambu, município a 20 km de Chapecó. 

A Udesc Oeste foi o primeiro centro de ensino que se habilitou como unidade produtora, permitindo a venda de produção excedente conforme a Resolução 62/2024. Atua ainda em parceria com várias empresas que ajudam na manutenção da Fazenda. 

De acordo com a coordenadora de assuntos externos da Udesc Oeste, Vanessa Canton, a Fazenda se mantém por meio de parcerias com empresas e cooperativas locais. “Os recursos obtidos com a comercialização de leite, carne e madeira retornam para o próprio funcionamento da Fazenda, garantindo a sustentabilidade financeira e o avanço das pesquisas”, explica Vanessa.

Além disso, o espaço utiliza equipamentos de ponta, como ordenhadeira robotizada, e serve de campo de estudos para análises de solo, nutrição animal e manejo sustentável. 

Também na Udesc Oeste, a partir de uma parceria da universidade com as empresas Vetanco (Brasil e Argentina) e Dr. Bata (Hungria), está sendo implementado um novo laboratório de produção animal em Chapecó. A iniciativa busca proporcionar avanços nas pesquisas e inovações voltadas a produtos veterinários e tecnologias na área de nutrição e saúde animal de aves, suínos e outras espécies.

O foco das ações do laboratório será em análises de micotoxinas, que são substâncias tóxicas naturais produzidas por certos tipos de fungos, em ingredientes para alimentação animal e análises microbiológicas. O objetivo é ter um controle de qualidade dos produtos que as empresas desenvolvem na fábrica.

“A proposta também busca investir em pesquisa, em dissertações e teses que envolvam os produtos deles para alunos da Udesc”, explica o coordenador do projeto na Udesc, Marcel Boiago.

O acordo de cooperação foi assinado para 25 anos. A multinacional está construindo a estrutura, e a Udesc ficou responsável por ceder o terreno e serviços necessários para a manutenção, segurança e permanência das atividades do laboratório. Conforme o professor Boiago, a obra deve ficar pronta em dezembro e a previsão de funcionamento do laboratório é para o início de 2026. 

“É o maior convênio técnico-científico de todos os tempos da Udesc e vai servir à comunidade por meio do desenvolvimento de tecnologias para uma produção animal mais sustentável”, ressalta Boiago. “Será de interesse tanto da empresa quanto da Udesc”.

O investimento total deve ultrapassar R$ 7 milhões. O valor para a construção do prédio de 220 m² está estimado em R$ 4,2 milhões. Outros R$ 3 milhões serão investidos na aquisição de equipamentos.

Já em Pinhalzinho, o Núcleo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Leite (NCTI) da Udesc Oeste busca impulsionar a produtividade, inovação e competitividade da cadeia produtiva do leite em Santa Catarina. A proposta é que a iniciativa atue em parceria com instituições públicas e privadas, oferecendo suporte técnico e estratégico para produtores e indústrias de laticínios e produtos correlatos.

O Núcleo surge a partir da vocação regional na área do leite e da necessidade de centralizar alguns serviços que não estão disponíveis e precisam ser realizados em outras regiões do país. O espaço é composto por vários laboratórios que estão recebendo equipamentos modernos para funcionar tanto com pesquisa e ensino para os estudantes da Udesc quanto como um laboratório para prestação de serviço para comunidade.

Práticas inovadoras na saúde

Na Udesc Joinville, o projeto eGluco é realizado desde 2016, e avança com a proposta de facilitar o monitoramento da glicose por meio de um medidor de glicemia não invasivo. O aparelho possibilita fazer o controle em tempo real sem furar o dedo do paciente para coletar o sangue. 

O eGluco® 4 é a versão mais recente da iniciativa, desenvolvida por pesquisadores da Udesc e parceiros. O dispositivo é um relógio de pulso para medição da glicose sanguínea, utilizando bioimpedância elétrica (técnica que examina a composição usando uma corrente elétrica leve) e medindo outros sinais biomédicos. Os dados são enviados e armazenados em um aplicativo de celular.

“É um projeto que tem um impacto social muito grande, que vai mudar a vida das pessoas”, enfatiza o coordenador do eGluco, Pedro Bertemes Filho. O pesquisador destaca, ainda, a precisão dos testes realizados e a importância do projeto para a saúde pública, especialmente, no atendimento aos diabéticos. 

A versão anterior do aparelho (eGluco 3) foi testado no Hospital Azambuja, em Brusque (SC), com acompanhamento e medição de 67 pacientes. O resultado indicou precisão de 97,6%.

Segundo Bertemes, o projeto continua em evolução, com a expectativa por versões aperfeiçoadas para o futuro. Pretende-se incluir um medidor de eletrocardiograma e transformar o relógio em dispositivo de Internet das Coisas (IoT) por meio de um chip de wi-fi, o que dispensaria o uso do telefone. Atualmente, a tecnologia trabalha no sistema offline e envia as informações por conexão bluetooth.

Além de ser uma marca registrada, o eGluco já conta com patente de hardware e de algoritmo, fortalecendo sua base tecnológica e protegendo o desenvolvimento nacional. Recentemente, o projeto foi selecionado em edital nacional, o que possibilitará a produção inicial de 100 unidades.

Já o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGEnf) da Udesc Oeste tem se destacado por uma proposta inovadora na formação de mestres e doutores. Ao final dos cursos, ambos na modalidade profissional, os pós-graduandos desenvolvem produtos técnicos e tecnológicos que respondem diretamente às demandas dos serviços de saúde e de experiências práticas e de pesquisa dos acadêmicos.

A proposta é que os trabalhos finais estejam alinhados às necessidades reais das instituições onde os alunos atuam, já que o curso exige vínculo profissional com empresas ou serviços de saúde.

Entre os produtos desenvolvidos estão aplicativos voltados para adolescentes e gestantes, protocolos assistenciais, cursos de capacitação para profissionais e gestores, além de materiais educativos como vídeos, cartilhas e e-books. “Temos uma diversidade muito grande de produtos. Muitos deles estão disponíveis na página do programa, outros estão em fase de registro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)”, destaca a coordenadora do PPGEnf, Leticia Trindade.

Os projetos são financiados por editais e se organizam em macroprojetos que envolvem docentes, mestrandos e doutorandos do Programa. A propriedade intelectual dos produtos é encaminhada por meio da Coordenadoria de Projetos e Inovação (Cipi) da Udesc, reforçando o papel da universidade como agente de transformação social, conectando pesquisa, prática e inovação para melhorar o cuidado em saúde.

Série “Udesc 60 anos” 

Este texto integra uma série especial de conteúdos jornalísticos produzidos pela equipe de comunicação da Udesc em comemoração aos 60 anos da universidade, celebrados em 20 de maio de 2025. Nestas matérias, é possível relembrar a trajetória da instituição e conhecer exemplos de ações e projetos desenvolvidos pela universidade em Santa Catarina. 

Confira os textos da série e outras informações sobre os 60 anos da Udesc em: udesc.br/60anos   


Assessoria de Comunicação da Udesc  
Jornalista Tabita Strassburger   
E-mail: comunicacao@udesc.br  
Telefone: (48) 3664-8007
galeria de downloads
galeria de imagens
  • Imagem: Divulgação
  • Foto: Divulgação
  • Foto: Divulgação
  • Foto: Divulgação
  • Foto: Divulgação
  • Foto: Divulgação
  • Imagem: Divulgação
  • Foto: Divulgação
  • Foto: Divulgação
 
ENDEREÇO
Av. Luiz de Camões, 2090
Conta Dinheiro, Lages / SC
CEP: 88.520-000
CONTATO
Telefone: (49) 3289-9100
E-mail: comunicacao.cav@udesc.br
Horário de atendimento:  07h às 19h