A proposta dessa Linha está centrada na investigação acerca de como a História do Tempo Presente é atravessada por mecanismos formais que buscam orientar ou mediar processos sociais de constituição de memórias (chegando a conformar políticas), bem como por diferentes formas de produção, circulação e agenciamento de narrativas históricas.
No que tange às políticas de memória, busca-se enfocar, em especial, as iniciativas de constituição, disseminação e controle de memórias pelo poder público, quer por meio do ordenamento jurídico (as chamadas “leis memoriais”), quer por meio da atuação de órgãos estatais específicos (como os voltados para o patrimônio cultural, a educação e as artes). Ao lado disso, pretende-se promover estudos acerca das políticas de memória engendradas por outros atores sociais, em interação ou em contraposição às agências do poder público, caso, por exemplo, dos meios de comunicação ou de entidades ligadas à sociedade civil organizada. Simultaneamente, estudar os processos sociais de produção de memórias em interação com os usos do passado e com a formulação de narrativas históricas, sejam ou não geradas no âmbito de instituições formalmente vinculadas à produção historiográfica.Por consequência, também adotar perspectivas analíticas que contemplem reflexões no campo da história da historiografia.
Neste sentido, a linha está particularmente afinada com estudos sobre: as disputas ou batalhas de memória contemporâneas (também chamadas de “memórias concorrenciais”); as variadas formas de lidar com as memórias traumáticas ou “difíceis” (de modo a envolver, entre outras, as práticas presentes em instituições de aprisionamento/ou sequestro, assim como suas relações de poder/saber); as reivindicações de ressarcimento simbólico feitas por vítimas de regimes autoritários; as estratégias de consagração de personagens, sítios (urbanos ou rurais) e acervos públicos ou privados, por meio de instrumentos patrimonializadores tais como o tombamento, o registro, o cadastro e o inventário; as narrativas históricas veiculadas em meio impresso, sonoro, fílmico ou videográfico mais diretamente associadas a demandas de memória de grupos sociais e povos historicamente subalternizados, abertas a perspectivas decoloniais.
DOCENTES:
Claudia Mortari | claudiammortari@gmail.com
Janice Gonçalves | janice.gnclvs@gmail.com
Rogério Rosa Rodrigues | rogerclio@gmail.com
Viviane Trindade Borges | vivianetborges@gmail.com