Laboratório de Imagem e Som

• João Júlio Júnior

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2024 - Atual

Humanidades digitais e teoria da história Recursos, ferramentas, aplicações computacionais e seus problemas para a historiografia no século XXI

Descrição: Humanidades digitais e teoria da história: Recursos, ferramentas, aplicações computacionais e seus problemas para a historiografia no século XXI. Nos últimos anos, avanços em Inteligência Artificial (IA) e Processamento de Linguagem Natural (PLN) têm revolucionado a forma como lidamos com grandes volumes de dados textuais. No campo da historiografia, essas tecnologias possibilitam novas formas de análise, permitindo a identificação de padrões e a reconstrução de significados históricos em larga escala. Este projeto propõe o desenvolvimento de modelos de PLN voltados à historiografia, com foco na análise semântica de conceitos históricos. A proposta integra ferramentas como Word Embeddings e Transformers para capturar e visualizar transformações conceituais ao longo do tempo. Também busca compreender o impacto dessas tecnologias na prática historiográfica, promovendo uma reflexão crítica sobre os desafios epistemológicos e hermenêuticos da era digital. O problema central da pesquisa reside na tensão entre as possibilidades abertas pelos métodos computacionais e as exigências interpretativas da historiografia. Como garantir que o uso de IA na análise de fontes históricas preserve os valores críticos e epistemológicos da disciplina? A hipótese principal do projeto sustenta que é possível incutir virtudes historiográficas nos modelos computacionais, garantindo que suas análises estejam alinhadas a princípios como referencialidade, contextualização e validação crítica. Estudos recentes demonstram que técnicas de aprendizado de máquina podem ser ajustadas para capturar contingências semânticas e padrões interpretativos em textos históricos, sugerindo que uma abordagem metodologicamente controlada inaugura um diálogo produtivo entre história e IA. Nossa estratégia metodológica envolve a coleta e curadoria de grandes corpora históricos, o desenvolvimento de modelos ajustados ao português brasileiro, a implementação de ferramentas de visualização semântica e a validação dos resultados por especialistas em historiografia. O projeto combina inovação técnica e reflexão crítica para construir uma historiografia digital teoricamente orientada por princípios ético e epistemológicos próprios da historiografia..
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
 

2023 - Atual

O passado dos esportes nas redes sociais: uma análise das representações narrativas no Instagram, Facebook e Twitter

Descrição: A ideia central deste projeto é problematizar as diversas formas de representação do passado dos esportes nas redes sociais supracitadas, atentando para os potenciais usos que o tempo presente faz dessasnarrativas.
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
 

• Rafael Rosa Hagemeyer

2016 - 2022

Representação em crise: arte e política na Paródia da Semana (2016 - 2022)

Descrição: Ao longo de sete anos compreendidos entre 2016 e 2022, a página facebook/parodia da semana postou 330 vídeo-paródias originais, documentando oprocesso político brasileiro e internacional, questões relacionadas a comportamento, àarte e literatura e em relação às redes sociais. Segundo a apresentação do Songbook Paródia da semana, COM TODAS AS LETRAS (2016-2022), que reúne todas as paródias publicadas nas redes sociais, a ideia de se criar uma página de compartilhamento semanal de paródias partiu de uma despretensiosa postagem do músico e compositor Rafael Rosa " no dia 14 de março de 2016, [...] de uma letra parodística sobre a canção É o amor!, de Zezé di Camargo e Luciano. A paródia ironizava a situação de alguém que, apesar das críticas ao governo do PT, jamais iria engrossar as manifestações em defesa do impeachment da presidenta Dilma Roussef,ao lado de personalidades espúrias da política brasileira." E que, instado a gravar acompanhado de voz e violão, postou em seu canal pessoal no youtube,compartilhando no facebook. "Dois dias depois, a paródia já alcançava mais de 2 mil visualizações, mesmo sem nenhum tipo de recurso cênico, ou de edição de vídeo, e sem nenhum tipo de financiamento ou estrutura de apoio para impulsionamento da publicação". Assim, duas semanas depois, foi criada a página facebook.com/parodiadasemana com o compartilhamento semanal - normalmente aos sábadospela manhã - sobre os fatos que se avolumavam no processo institucional de impeachment movido pelo parlamento brasileiro sob o aval pelo poder judiciário eamplamente divulgado pelos canais de comunicação. Contudo porém, com o processo de impeachment, considerado irregular einconstitucional, além o modo como as forças que apoiavam o governo deposto desistiram de continuar se manifestando, o parodista resolveu encerrar suas atividadesem julho de 2017, prometendo retornar em 2018 com o início da campanha eleitoralpara presidente. Em maio de 2018, houve uma apresentação ao vivo das "paródiassobre o golpe" no acampamento Lula Livre em Curitiba, transmitido pela página Jornalistas Livres com mais de 25 mil visualizações. A partir de então, a página foi retomada, mantendo a periodicidade de publicação todos os sábados, envolvendo também a caracterização do personagem-cantor (eu-lírico) com adereços e projeção deslides com imagens relacionadas à letra e ao contexto num computador acoplado a umaparelho de televisão. Ao longo do percurso a paródia da semana documentou osprincipais debates sobre o processo e a eleição de Jair Bolsonaro à presidência, as declarações sobre o futuro governo antes mesmo da posse, as ideologias defendidas,as primeiras medidas tomadas, sucessão de ministros, propostas de reformas, etc. Em outubro de 2019, diante das mudanças ocorridas na visualização das postagens emfunção de novas programações algorítmicas da plataforma facebook, bem como dasmudanças relacionadas a direitos autorais sobre paródias no youtube, houve asuspensão das atividades da página e do canal, encerrando-se a segunda temporada. No início de 2020 a Paródia da Semana foi retomada, com o propósito de denunciar oscomportamentos e discursos absurdos e impulsos autoritários de ambos os lados dachamada polarização. E a partir de março, com o confinamento decorrente da pandemia de COVID-19, o canal youtube.com/parodiadasemana passa ser organizado- com todos os já mais de 200 vídeos, com as respectivas letras, canções originais,autorias e intérpretes na descrição do vídeo. A dificuldade de discernimento e intepretação da letra, do eu-lírico, do contexto dapublicação e da caracterização do personagem, relacionado ao fenômeno da "culturado cancelamento" nas redes sociais gerou uma ampla bibliografia e reflexão teórica sobre a crise de representação na arte e na política, que o estudo desta experiência pode nos ajudar a compreender como sintoma.
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.

• Rogério Rosa Rodrigues

2024 - Atual

Quando os objetos falam: religiosidades dissidentes nas comunidades santas do Contestado

Descrição: Chamada CNPq N 09/2023 - Bolsas de Produtividade em Pesquisa - PQO Estado de Santa Catarina possui um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, no entanto, as regiões atingidas pela experiência de repressão ao movimento da Santa Irmandade do Contestado é, hoje, uma das de menores índices do Estado. Não há, seguramente, uma relação direta entre causa e efeito, mas tampouco há que desconsiderar resquícios, heranças e consequências da Guerra do Contestado sobre a situação econômica, política e social de municípios como Lebon Régis, Rio da Antas, Três Barras, Matos Costa e outros. Muitos desses municípios abrigam arquivos e museus com documentos e objetos sobre o Contestado e todos ostentam em suas páginas oficiais o registro de ter sido palco do conflito. Nesse sentido, um primeiro impacto social e político da minha atividade de pesquisa sobre a sociedade reside no fato de atuar junto a essas instituições de memória e preservação patrimonial no registro das fontes e na sua projeção e valorização a partir dos produtos que servirão de resultado da pesquisa (catálogo de objetos, vídeos, artigos científicos e livro autoral). Não menos importante será a possibilidade de integrar essas instituições por meio do reconhecimento de que o acervo que dispõem faz parte de uma constelação que permite múltiplas conexões entre os museus e arquivos. Em termos educacionais o impacto esperado é ainda maior, pois com a cultura material e os vídeos de divulgação narrando a história do Contestado na perspectiva dos rebeldes e com objetos manuseados por eles, será possível atingir o público amplo tanto faz parte de Santa Catarina, quanto de outros Estados do país, isso porque a dimensão do encanto e do afeto, por meio de uma narrativa visual voltada para público não acadêmico, terá como Guerra do Contestado na cultura histórica nacional. Incentivar a formação de novas pesquisas e novos pesquisadores sobre o Contestado, incentivando trabalhos em nível de graduação (TCC e Iniciação Científica) e de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado), tanto no programa acadêmico, quanto no profissional. Nesse mesmo sentido de formação, estabelecer laços com arquivos, museus e escolas dos municípios atingidos pela Guerra do Contestado para estimular novos olhares e novas abordagens sobre o conflito. Por último, e não menos importante, destacar o impacto da historiografia no campo científico ao propor uma análise inédita da história do Contestado, com ênfase nas conexões da religiosidade sertaneja com as religiões de matriz africana, bem como no uso da cultura material como suporte de memória e de história.

2023 - Atual

Cosmpoética do fim do mundo: a Guerra do Contestado em desenhos infantojuvenis

Descrição: Contribuir para a construção de políticas públicas para o desenvolvimento humano e social de crianças que habitam território atingido pela Guerra do Contestado (1912-1916) em Santa Catarina. A região do Contestado abrange mais de 50 municípios situados na região meiooeste catarinense e no planalto norte catarinense entre o rio Iguaçu e o rio Negro na divisa com o Paraná. Entre os produtos de destaque para esta pesquisa constam a construção de uma base curricular comum sobre a história da Guerra do Contestado para uso nas escolas municipais atingidas pelo conflito e a divulgação histórica das ações desenvolvidas em comunidades escolas, museus e arquivos locais que colocam em primeiro plano o conflito sócio-político ocorrido no início do século XX. Entre eles serão destacados o acervo de aproximadamente 300 (trezentos) desenhos infantis produzidos em 2020 no município de Lebon Régis, SC, tendo como tema a Guerra do Contestado. O município possui contingente de trabalhadores agrícolas que reivindicam a memória dos rebeldes do Contestado como referência de luta pela terra no Brasil. O objetivo é promover a conexão entre os desenhos produzidos na região do Contestado com desenhos infantis de outras regiões do mundo que relatam experiências de violência, em especial as decorrentes de conflitos sociais e experiências de guerra. Como produto acadêmico serão produzidos livros e artigos e a construção da base curricular. No campo da divulgação, serão manejadas discussões e propostas da história pública, com destaque para a organização de uma exposição virtual sobre desenhos infantis de crianças do Contestado junto a desenhos de outras crianças com temática semelhante ao redor do mundo. Projeto aprovado edital FAPESC 38/2022 Programa de Apoio à Pesquisa Aplicada para a fixação de jovens doutores em Santa Catarina, Processo FAPESC 1367/2022. O projeto contempla bolsa de Pós-Doutorado de 24 meses. Doutor contratado Victor de Leonardo Figols.

• Walderez Simões Costa Ramalho

2023 - Atual

Policronias do presente: diálogos entre História do Tempo Presente e as teorias contemporâneas dos tempos históricos

Descrição: Este projeto de pesquisa gira em torno de um problema teórico relacionado à História do Tempo Presente, a saber: é possível historicizar o tempo presente sem situá-lo a priori como um tempoqualitativamente distinto e separado do passado (e do futuro)? Como compreender o tempopresente enquanto um âmbito de pesquisa histórica sem limitá-lo à sua definição como umperíodo histórico com um começo determinado no tempo cronológico? A hipótese é que oparadigma da multiplicidade dos tempos históricos permite desenvolver formas alternativas dehistoricização do tempo presente. Para pôr à prova essa hipótese, a pesquisa se desdobrará emdois movimentos analíticos simultâneos cada qual com seus protocolos metodológicosespecíficos. Por um lado, a pesquisa quer analisar criticamente as produções contemporâneas nocampo da Teoria da História que têm versado sobre o tema da multiplicidade temporal, assimcomo as discussões recentes em torno do problema da separação qualitativa entre passado epresente. Por outro lado, a pesquisa irá mapear ocorrências na experiência brasileira recente queevidenciam disputas em torno da representação do tempo histórico as políticas do tempo, demodo a entender como certos grupos sociais estabelecem relações de proximidade edistanciamento entre o seu presente com passados e futuros, visando produzir efeitos deconhecimento e também efeitos políticos. Portanto, o objetivo da pesquisa consiste em erigir umprograma de pesquisa em HTP baseado no paradigma da multiplicidade dos tempos históricos,no intuito de compreender como o tempo presente é construído historicamente por meio deações sociais performadas em contextos específicos, segundo modalidades de relação com ostempos ausentes (passados e futuros) que, não obstante, nele coabitam e conformam a sua experiência.

Disponivel em: https://www.instagram.com/policronias_do_presente/