O clone da raça Flamenga, chamada Brisa, com os pesquisadores
Nasceu na madrugada desta terça-feira (4), por volta das 3h30, em Lages, a bezerra “Brisa”, clone de uma vaca da raça Flamenga, resultado de estudos realizados pelo Laboratório de Reprodução Animal do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina. O animal nasceu com 47 Kg.
De acordo com o coordenador do laboratório da Udesc, professor Alceu Mezzalira, a raça Flamenga está em extinção no Brasil, com um rebanho de cerca de 50 animais, localizado na Estação Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), de Lages. O animal de origem, uma vaca de 20 anos é portadora da patologia Free Martin, que a impede de ter filhos, ou seja, é estéril. Isso acontece quando na gestação ocorre a troca sanguínea com gêmeo de sexo masculino e a fêmea por ação dos hormônios masculinos não desenvolve os órgãos sexuais.
O clone surgiu da parceria entre a Udesc e a Epagri de Lages. “Nós desenvolvemos o trabalho experimental e a Epagri contribuiu conosco com a doação das células da vaca e com animais receptores dos embriões, para que pudéssemos produzir o clone”, afirma Mezzalira. Brisa é o segundo clone da fêmea Flamenga. A primeira bezerra chamada “Primavera” sobreviveu apenas dez minutos, mas exames realizados no CAV confirmaram que o animal era fértil.
De acordo com o coordenador do laboratório, a bezerra Brisa contribuirá com a própria espécie, que está em extinção. “Como essa vaca não possui parentes, haverá a possibilidade de termos animais saudáveis para a reprodução, já que os 50 animais aqui existentes tem um estreito parentesco, que com os cruzamentos, podem gerar algumas patologias, visto que geneticamente são muito parecidos”, explica Mezzalira.
O novo animal, que nasceu de cesariana, será cuidado no CAV e segundo o professor a esperança é que ela sobreviva, para que possam continuar os experimentos com a raça. Porém, Mezzalira diz que para verificar se o clone nasceu 100% saudável é necessário aguardar alguns dias, durante os quais serão feitos uma série de exames.
Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Heloíse Guesser
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