Drag Queens, vestidos deslumbrantes, crianças, retalhos, mendigos, performers com pernas de pau: sobrou criatividade no desfile dos formandos do curso de Moda da UDESC. Duas mil pessoas conferiram o desfile-formatura, que aconteceu no Floripa Music Hall, nessa terça-feira, dia 11. Com o tema “Foto do dia”, as 37 estilistas escolheram uma foto como inspiração para criarem suas coleções. De acordo com a professora Balbinete Silveira, cada estudante criou um book com 120 desenhos, mas apenas três foram selecionados para o desfile. Das coleções apresentadas, 12 serão escolhidas para participar do “Floripa Fashion”, do ano que vem. O resultado da seleção deve sair até a primeira semana de dezembro.
Para o professor Antonio Vargas, diretor do CEART, o desfile é importante, pois “as empresas podem ver o potencial das alunas, sendo um meio de divulgação do trabalho das futuras estilistas.” O professor reitera o caráter diferenciado do curso da UDESC, que estimula a criatividade na produção das roupas, e não apenas na produção. Criatividade é o que o vice-reitor Antonio Heronaldo também considera como um diferencial das alunas da UDESC.
O desfile de formatura, dividido em três blocos, contou com peças voltadas para o mercado e criações mais artísticas e ousadas. A coleção “Filhas do Vento”, de Emilie de Lauss, abriu o primeiro bloco, com vestidos leves e inspirados nas fadas. As criações seguintes tiveram as mais variadas inspirações: Art Déco, a estilista Chanel, cultura tibetana, roupas típicas indianas. No encerramento do primeiro bloco, a estilista Maria Paula Tidei apresentou a coleção “Carlota”, com a participação de drag queens vestidas com peças inspiradas na princesa Carlota Joaquina.
No segundo bloco, o destaque foi a coleção “Workers”, de Gisele Cordeiro, baseada no filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin. A proposta da estilista foi a criação de figurinos para performances de perna-de-pau, na qual as modelos não apenas desfilaram, mas equilibraram-se na passarela. Na seqüência, figurinos das décadas de 20 e 60, modelos com roupas que pareciam de bonecas, vestidos inspirados em mangas.
A ousadia também fez parte do terceiro bloco, com a coleção “À Deriva”, onde as roupas remetiam a vida dos mendigos, com modelos dividindo um pedaço de pão em plena passarela. Cristiane Lanzarin criou roupas que representam consciência ecológica, onde materiais como alumínio, plástico e rede de pesca formam novas criações, ao invés de poluírem nossas praias. Coleções mais sombrias estiveram no terceiro bloco: “Até que a morte me separe”, de Juliana Dias da Rosa, que criou peças semelhantes às mortalhas vitorianas do século XIX; as roupas da coleção “De beata à mentecapta”, de Tatiana Lorenzzoni, relembram a extravagância e a insanidade com desenhos assimétricos.
A organização e a produção do evento foi feita pelas alunas da quarta fase do curso de Moda.
Assessoria de Imprensa UDESC