Notícia

O dia internacional da mulher é uma data comemorativa que visa homenagear as mulheres do mundo todo. Mulheres que por muito tempo, tiveram que lutar por seus direitos e reconhecimento em diversas áreas. Muito se conquistou, porém, a luta ainda continua.

No meio acadêmico e científico, muitas permaneceram à sombra de figuras masculinas. Com muita luta, essa realidade foi mudando e aos poucos grandes nomes femininos surgiram no meio científico, ganhando maior visibilidade.

A Universidade do Estado de Santa Catarina - Udesc Joinville possui um total de 172 professores efetivos, destes, 70 são mulheres. Muitas delas estão envolvidas em projetos fora da sala de aula. Algumas coordenam laboratórios, outras projetos de extensão e as demais se aventuram em projetos de pesquisa.

Além da jornada acadêmica que inclui diversos desafios e responsabilidades, muitas delas são esposas e mães. A jornada nem sempre é fácil.  Para homenagear essas mulheres, produzimos uma série de perfis, que serão publicados no mês de março.

Vamos começar esta série de perfis com a professora e pesquisadora:

Virginia  Grace Barros

Virginia nasceu em João Pessoa (PB), mas nunca de fato morou lá. “Quando eu nasci, meu pai estava fazendo pós-graduação em marketing e merchandising nos Estados Unidos. A minha mãe estava sozinha e foi para a casa dos parentes dela. Daí eu nasci lá”. Aos 51 anos, 15 são dedicados ao ensino e pesquisa na Udesc Joinville.

Desde estudante, temas ligados à água já a interessavam.  “Me encantei pelas dinâmicas dos rios, como eles sempre mudam. Um rio nunca é o mesmo”. Professora Virgínia é engenheira sanitarista de formação e fez seu doutorado em Veneza, fato que considera marcante na sua carreira, pois teve projeção internacional quando apresentou seu trabalho de doutorado no plenário da agência internacional de energia atômica IAEA, em Vienna. 

“Estar em um órgão da ONU, já é desafiador, somando o fato de ser jovem, mulher, representando o Brasil, com pessoas extremamente especialistas na área foi muito emocionante.  Isso foi em 2007. Depois disso voltei muitas vezes à IAEA, muito mais relaxada”.   Seus estudos sempre foram focados em recursos hídricos. “A água é um recurso estratégico que precisamos conhecer, é o nosso bem mais precioso”, destaca. Atualmente está na Itália concluindo seu  pós-doutoral.

Segundo a pesquisadora, os atuais recursos hídricos administrados pelo governo, em alguns anos, não darão conta de suprir a necessidade de uma população crescente. Sua pesquisa baseia-se em conhecer melhor a disponibilidade dos recursos à nossa volta, tentando descobrir quanto de água ainda temos e o quanto aquele corpo de água conseguirá suprir. Além de estudar a saúde dos sistemas hidrográficos e tentar descobrir outros meios de abastecimento.

Na sua vida pessoal, Virgínia dedica-se à maternidade e tem orgulho do filho Gabriel, de 14 anos. “Com ele não tem tempo ruim. É esperto, observador, flexível (coisa rara hoje em dia) e sensível. Está sempre pronto para enfrentar desafios com o coração aberto. Ele é a minha vida”. 
Com relação aos desafios femininos, diz que para as mulheres equilibrar muitas funções não é absolutamente fácil. “Não vejo, ainda, paridade de condições com os homens, pois o sistema não se ocupa das mulheres. Elas devem se cuidar e se virar às suas próprias custas, com raras exceções, claro. Assim, ainda temos muita, muita estrada a percorrer.”

Para saber mais siga o instagram @segurancahidricabacias/ e @lacia_udesc


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