Estudo da aluna Gabriela Medeiros Dal´Alba, do curso de mestrado em Zootecnia do
Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), alerta sobre a alta mortalidade de abelhas causada pelo uso indiscriminado de pesticidas, queimadas e desmatamentos de áreas de vegetação nativa, de práticas de cultivo e pragas que afetam a apicultura.
A estudante lembra que 73% das espécies agrícolas cultivadas mundialmente são polinizadas por abelhas, e esse processo é essencial para a reprodução e munutenção da diversidade de espécies de plantas com a produção de alimentos para humanos e animais e influência na qualidade da produção.
“Com a população mundial crescendo e sua demanda por alimentos, é possivel que sem a presença dos polinizadores não haverá alimentos suficientes para atender a demanda mundial”, adverte Gabriela.
Além das abelhas, as espécies agricolas cultivadas também são polinizadas pelas moscas (19%), morcegos (6,5%), vespas (5%), besouros (5%), pássaros (4%) e mariposas e borboletas (4%).
Segundo a acadêmica da Udesc Oeste, as abelhas são os principais polinizadores bióticos da natureza, e essa atividade, exercida de maneira involuntária, consiste no transporte dos grãos do pólen de uma flor para outra.
A pesquisa da aluna recebeu orientação da professora Denise Nunes Araújo, chefe do Departamento de Zootecnia da Udesc Oeste, e foi publicada na edição 176 do suplemento
Sul Brasil Rural, encartado no jornal Sul Brasil editado em Chapecó e com circulação em municípios vizinhos.
Alternativas
A aluna cita em seu trabalho pensamento do físico alemão Albert Einstein, autor da teoria da relatividade, que afirma que “sem as abelhas não há polinização, sem polinização não há reprodução da flora, sem flora não há animais, e sem animais não haverá raça humana”.
O estudo cita algumas medidas defendidas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para reduzir a mortalidade das abelhas como banir os produteos com alta toxicidade do mercado brasileiro, desenvolver novas tecnologias de aplicação dos produtos menos tóxicos, manejar a paisagem seguindo a lei florestal e investir em novas alternativas.
Gabriela Medeiros diz ser necessário reconhecer a bioecologia das pragas e dos agentes benéficos, principalmente os polinizadores, das moléculas dos pesticidas utilizados e a ação que os fatores ambientais exercem sobre eles para desenvolver práticas de manejo eficazes.
Afirma também que em suas casas a população pode atuar na conservação das abelhas ao cultivar plantas de diversas espécies como flores em vasos ou canteiros, priorizando as espécies locais. “Ao tratar as plantas deve-se evitar o uso de defensivos agrícolas, e, quando necessário, usar sprays à base de água”, recomenda.
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