Pariticipantes fizeram o sinal da Udesc na oficina que incluiu momentos práticos e reflexivos. Foto: divulgação
Libras em cena: Comunicação além das palavras. Esse foi o título da aula aberta à comunidade promovida pelo programa de extensão
Mundus Conventus nesta segunda, 29, que ofereceu uma experiência inclusiva sobre a Língua Brasileira de Sinais aos participantes. O encontro foi conduzido pelas estudantes e técnicas em tradução e interpretação da língua de sinais Maria Luisa Miranda e Kamilly Marcelino e ocorreu das 19h às 21h no
Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). A atividade, realizada no Plenarinho, reuniu estudantes, professores e interessados da comunidade externa.
Mais do que uma introdução ao universo da Libras, a iniciativa promoveu reflexões sobre acessibilidade, diversidade e inclusão
, mostrando como a comunicação pode ultrapassar barreiras linguísticas e aproximar pessoas. A proposta teve como objetivo aproximar os participantes do universo da Libras, promovendo reflexões sobre acessibilidade e comunicação entre pessoas surdas e ouvintes. De forma prática e dinâmica, a aula abordou desde os fundamentos da língua até expressões básicas do dia a dia, incentivando a interação e o respeito às diferenças, reforçando o compromisso da universidade com a inclusão.
“Mais do que ensinar sinais, buscamos sensibilizar as pessoas para a importância da comunicação acessível. É um passo para tornar os espaços acadêmicos e sociais mais acolhedores”, destacou a coordenadora do programa de extensão Mundus Conventus e responsável pela atividade, professora Laís Santos.
O evento também se conecta à missão do programa de extensão, que promove atividades voltadas à cidadania global, diversidade cultural e diálogo entre diferentes saberes. A aula aberta foi gratuita e certificada, atraindo participantes de diferentes cursos da Udesc e membros da comunidade interessada em ampliar seus conhecimentos.
Para a estudante do curso de Administração Pública da Udesc e ministrante da oficina, Maria Luisa Miranda, a Esag forma profissionais da gestão com potencial de serem atores de mudança. “A gente está muito acostumado em falar de comunicação do ponto de vista da oratória, da performance, mas ainda pouco no sentido de uma comunicação acessível e inclusiva”, observa.
“Trazemos junto com a gente esses ensinamentos, isso nunca sai do meu radar, então se eu vou pensar numa política pública, vou me preocupar como isso vai alcançar esse público”, comenta a ministrante da oficina, Maria Luisa Miranda. “Para além de pensar na comunidade surda, isso me fez ter uma ótica para todas as outras comunidades que precisam das suas acessibilidades”, explica.
Ela ressalta dois aprendizados centrais da oficina: compreender que os termos adequados são surdo, e não surdo-mudo, e língua de sinais, e não linguagem de sinais. Esses esclarecimentos fizeram parte do nivelamento inicial sobre o tema e sobre a importância de combater o capacitismo.
Sobre o programa Mundus Conventus
O programa de extensão Mundus Conventus atua na negociação para novos líderes e tem se dedicado a construir espaços para discussão sobre a comunicação e todas suas temáticas na sociedade contemporânea. Em 2024, o programa compartilhou com a comunidade interna e externa temas como oratória, argumentação, retórica e debate.
Porém, para 2025, houve a percepção da necessidade de trazer temáticas que, talvez, não façam parte do dia a dia de todos, mas são extremamente necessárias para uma comunicação mais inclusiva, acessível, empática e compartilhada. Portanto, daí veio a escolha por tratar de escuta ativa, em duas oficinas realizadas em agosto, e em setembro, sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Do ponto de vista do curso de Administração Pública, onde o Programa de Extensão tem origem, a organização do programa entende que a ausência de comunicação efetiva entre agentes públicos e cidadãos surdos gera barreiras que podem ter consequências graves, desde a dificuldade em obter um documento até a impossibilidade de relatar uma emergência ou compreender um diagnóstico médico.
“Assim, é necessário, pelo menos, um mínimo de conhecimento para podermos nos cumprimentar, atender uma emergência, conduzir algum encaminhamento e, até mesmo, dar um bom-dia e até logo!”, destaca a professora Laís. “Esse tipo de ação fortalece o vínculo de confiança e ajuda a construir relações mais horizontais no serviço público”, finaliza.
Núcleo de Comunicação da Udesc Esag
Jornalista Magali Moser
E-mail: comunicacao.esag@udesc.br