Estudos do manejo da araucária iniciaram há cerca de três anos - Foto: Ascom Udesc Lages
Resultados de estudos feitos pelo Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Lages, serão apresentados aos órgãos ambientais do Estado, com o intuito de propor mudanças na legislação referente ao manejo das araucárias.
O projeto "Manejo sustentável de araucária angustifólia em florestas nativas de Santa Catarina" é realizado em conjunto com a Secretaria de Agricultura e Pesca do município. O tema foi discutido inúmeras vezes, em audiências públicas e encontros com produtores e órgãos responsáveis.
Um dos principais objetivos do projeto, de acordo com o coordenador, o professor André Hess, do Departamento de Engenharia Florestal da Udesc Lages, "é propor aos órgãos a liberação para que os produtores possam fazer o manejo sustentável das araucárias".
Hess explica que o manejo sustentável consiste em retirar da floresta apenas as araucárias mais velhas, para que as árvores mais jovens possam crescer e conservar a espécie. "Os estudos comprovaram que os remanescentes da floresta de araucária encontram-se em competição. Isso reduz a taxa de crescimento, a produtividade e a rentabilidade", afirma ele.
A pesquisa aponta que o manejo não é feito há mais de 40 anos e, segundo Hess, "as árvores atingiram a capacidade máxima de suporte, por isso o manejo sustentável é importante, inclusive para evitar a mortalidade natural da espécie devido à concorrência por espaço".
A proposta também visa aumentar o interesse pelas áreas com floresta de araucárias, estimular a regeneração, o plantio e a conservação, além de favorecer o desenvolvimento econômico e social da Serra Catarinense. "O projeto irá contribuir com a produção de madeira de alto valor comercial e motivar a permanência no campo", conclui o professor.
Pesquisas iniciaram há três anos
Há pelo menos três anos, a Udesc Lages trabalha no projeto, em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca. As atividades são desenvolvidas pelos professores André Hess, Geedre Borsoi e Tiago Stepkado, do departamento de Engenharia Florestal, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Entre as ações realizadas pela universidade, estão o mapeamento por imagem das propriedades; o levantamento de campo por meio de inventário pré-exploração; a análise dos dados e números de árvores a serem retiradas na área de manejo; e o planejamento pós-exploração ou plano silvicultural.
A proposta de manejo será levada ao Fórum de Secretários Municipais de Agricultura e de Meio Ambiente, da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), e depois será apresentada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), à Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e ao Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), para que ocorra mudança na lei.
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