A Udesc Joinville, por meio do Programa de Pós-graduação em Química Aplicada, estabeleceu uma colaboração significativa com a Polícia Científica de Santa Catarina (PCi-SC). Este envolvimento destaca-se pelo projeto de mestrado conduzido por Caroline Nicolodi, que concluiu sua dissertação em julho de 2021, resultando em uma publicação em um importante periódico internacional "Forensic Science International".
O mencionado artigo, fruto do trabalho conjunto entre pesquisadores da Udesc e especialistas da Divisão de Química da PCi, apresenta uma metodologia inovadora para a análise de comprimidos de ecstasy. Este estudo concentrou-se em desenvolver um método qualitativo de análise capaz de detectar uma ampla variedade de compostos presentes nos comprimidos, predominantemente compostos por substâncias estimulantes como MDMA e MDA, além de excipientes, corantes, adulterantes e resíduos de síntese.
Essa abordagem não apenas permite a identificação da substância responsável pelos efeitos psicoativos, mas também possibilita a detecção de compostos minoritários, fornecendo informações cruciais para a área de inteligência criminal e controle de substâncias. A habilidade de identificar reagentes e rotas sintéticas utilizadas na produção dessas substâncias proscritas é de extrema relevância, contribuindo para a eficácia das investigações e o aprimoramento das políticas de controle.
Atualmente, sob a supervisão do professor Edmar Martendal Dias de Souza, uma mestranda está continuando essa linha de pesquisa em colaboração com a PCi-SC. A expansão do escopo inclui a análise de um maior número de amostras, caracterizando aquelas apreendidas em todo o estado de Santa Catarina. Além disso, o professor Rogério A. Gariani, também do Departamento de Química e do PPGQ, trabalha em cooperação com a PCi-SC na identificação de compostos por meio de técnicas avançadas, como ressonância magnética nuclear, além do isolamento/purificação de amostras apreendidas para uso posterior como padrões pela PCi.
O professor Edmar enfatiza a importância da parceria, destacando a excelência do trabalho realizado pela Polícia Científica de Joinville. Ele ressalta que, apesar dos profissionais serem incríveis, a sobrecarga de trabalho nem sempre permite o tempo necessário para investir em pesquisa e aprimoramento de métodos e procedimentos. Assim, a colaboração com a Universidade se torna vital, criando uma sinergia positiva onde os conhecimentos de ambas as áreas se combinam, tornando os resultados ainda mais significativos para a sociedade catarinense.
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