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O projeto do Centro de Excelência em Manufatura Avançada e Cluster Automotivo (Cemac), idealizado pela empresa Walbert em parceria com a Udesc e UFSC, foi aprovado em uma das mais importantes chamadas públicas nacionais de fomento à pesquisa e desenvolvimento industrial, promovida conjuntamente pela Finep e BNDES. A iniciativa integra o escopo da Ação Conjunta para Centros de PD&I, que tem como objetivo impulsionar projetos estratégicos de inovação em setores-chave da economia brasileira. O valor é de R$ 94 milhões.

A seleção ocorreu a partir de um universo altamente competitivo, com mais de 600 propostas submetidas por empresas e instituições de todo o país. Desse total, apenas 88 projetos avançaram para a próxima etapa de negociação e detalhamento. Entre as propostas catarinenses, destacam-se dois novos centros de pesquisa a serem implantados em Joinville: o Cemac (Walbert) e o Centro de Pesquisa Wetzel de Manufatura Avançada e Eletrotécnica Industrial. Este último também contou com o apoio técnico da mesma equipe envolvida na proposta da Walbert, evidenciando a força da articulação regional em prol da inovação industrial, um marco histórico para a pesquisa aplicada e a reindustrialização inteligente no sul do Brasil.

Instalado junto ao Ágora Tech Park, em uma área com mais de 2.000 m², o Cemac nasce com a missão de transformar a base tecnológica da indústria metalmecânica e automotiva por meio de uma estrutura que integra uma planta piloto inteligente (smart factory), cinco laboratórios temáticos e uma plataforma digital de serviços tecnológicos especializados. Suas áreas de concentração abrangem simulação computacional, automação e sistemas inteligentes, metrologia e certificação, materiais avançados e sustentabilidade na manufatura.

Um dos diferenciais do Cemac é a criação articulada do Cluster Automotivo Catarinense, envolvendo pequenas, médias e grandes empresas, com base em um modelo de inovação aberta e colaboração tecnológica. A proposta está fortemente conectada com os programas de pós-graduação stricto sensu da Udesc e da UFSC, que atuarão como núcleos formadores de pesquisadores e especialistas. Professores pesquisadores, pós-graduandos em nível de mestrado e doutorado, além de estudantes de iniciação científica, estarão diretamente envolvidos como bolsistas do projeto, assegurando a integração efetiva entre conhecimento científico e aplicação industrial.

Segundo Edna Schmitt, executiva da Walbert e idealizadora da proposta, “a aprovação do Cemac representa o reconhecimento de uma trajetória construída com muito trabalho, inovação e visão de futuro. Investir em pesquisa aplicada, em conexão com universidades, é essencial para que a indústria brasileira ocupe um lugar de protagonismo global. Estamos orgulhosos em liderar esse movimento a partir de Joinville”.

Para Modesto Hurtado Ferrer, professor da UFSC e coordenador técnico da proposta, “o Cemac é fruto de uma articulação sólida entre empresa, academia e ecossistema de inovação. Mais do que um centro de pesquisa, trata-se de um instrumento de transformação territorial e de reindustrialização inteligente, conectado com os grandes desafios do país e com a formação de pessoas altamente qualificadas”.

Na visão de Francine Kasulke, coordenadora de inovação da Udesc Joinville e colaboradora institucional no projeto, “o Cemac nasce com uma visão sistêmica, capaz de articular conhecimento científico, demanda industrial e formação profissional. É um exemplo de como a universidade pode atuar como agente ativo no desenvolvimento regional, colocando seus recursos a serviço da sociedade”.

O projeto entra agora na fase de negociação com a Finep, etapa que envolve o detalhamento técnico-operacional e a formalização do apoio financeiro. A expectativa é que o Cemac inicie suas atividades em 2026, consolidando Joinville como um dos principais polos de manufatura avançada, ciência aplicada e inovação industrial do país.

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