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De 1º a 5 de julho, a equipe do Trecho 1 do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), executado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), atuou no atendimento de uma ocorrência considerada rara no litoral S ul do estado: o encalhe de um cachalote macho, encontrado morto na região de Laguna.

O animal, com 15 metros de comprimento e mais de 20 toneladas, exigiu uma operação complexa e intensa, que mobilizou diferentes instituições e profissionais da área ambiental e da saúde animal. A Udesc participou ativamente de todas as etapas, desde o primeiro acionamento até a realização da necropsia, descarne e avaliação da destinação final da carcaça.

Além de coletar amostras biológicas para análise, a operação incluiu a remoção do esqueleto completo do animal. Os ossos serão preparados, conservados e adicionados à Coleção Científica Alfredo Ximenes, do Laboratório de Zoologia (LabZoo), vinculado ao Centro de Educação Superior da Região Sul (Ceres) da Udesc em Laguna. A coleção reúne exemplares para pesquisa, ensino e extensão, e, segundo a equipe do laboratório, a inclusão do animal representa uma contribuição rara e importante para o acervo científico do estado.

A ocorrência também representou um laboratório a céu aberto para estudantes do curso de Ciências Biológicas da Udesc Laguna, que atuaram diretamente nos procedimentos, enfrentando condições como maré alta, solo instável, alterações climáticas e esforço físico. Para uma grande parcela dos alunos, foi a primeira experiência com um cetáceo de grande porte.

“Foi uma vivência exaustiva, mas extremamente rica. Estar diante de um animal tão imponente e poder atuar em todas as etapas do processo, com responsabilidade e ética, é algo que poucos profissionais têm a chance de fazer ainda na graduação”, destaca Eduarda Vanzin, aluna da sétima fase do curso de Ciências Biológicas e integrante do LabZoo.

Para o professor da Udesc Pedro Castilho, que coordena o Trecho 1 do PMP-BS e o Laboratório de Zoologia, além da importância científica, o caso reforça o papel da universidade pública na formação prática e no enfrentamento de desafios reais. Segundo o docente, a participação de estudantes de graduação, ao lado de pesquisadores experientes e instituições especializadas, fortalece a integração entre ensino, pesquisa e extensão.

“Essas experiências fora da sala de aula aproximam os alunos da realidade do campo e da complexidade das ações de conservação. É exatamente esse tipo de vivência que transforma o olhar científico e ético dos futuros biólogos”, afirma Castilho.

O cachalote é uma espécie cosmopolita, presente em todos os oceanos, mas raramente é avistado próximo à costa, já que habita ambientes profundos. Sua presença no litoral catarinense é conhecida, mas, segundo a equipe do LabZoo, eventos como este são excepcionais — especialmente pelas dimensões do animal e pelos desafios logísticos de seu manejo.

A Udesc, por meio do LabZoo e do PMP-BS (Trecho 1), coordenou as atividades em parceria com a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca (APABF/ ICMBio), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Australis (Trecho 2), R3 Animal (Trecho 3), Univali (Trecho 4), Univille (Trecho 5) e UFPR (Trecho 6), contando também com apoio da Prefeitura de Laguna. O esforço coletivo permitiu a realização de todas as etapas conforme os protocolos técnicos da APABF e PMP-BS.

A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

Acompanhe o Laboratório de Zoologia e o PMP-BS (Trecho 1) no Instagram: @laboratoriodezoologia


Assessoria de Comunicação da Udesc
Beatriz Della Méa*
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*Estudante de Ciências Biológicas da Udesc e integrante do PMP-BS e LabZoo