Técnicas para tranças, turbantes e maquiagem serão abordadas a partir de um contexto histórico.
Com objetivo de reconhecer, valorizar e celebrar a beleza negra, a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) vai oferecer no dia 13 de maio palestras e oficinas sobre tranças, turbantes e maquiagem, além de uma sessão de fotos de moda.
Intitulada “Beleza negra e ancestralidade na moda”, a iniciativa é do Centro de Artes, Design e Moda (Ceart), por meio do Núcleo de Diversidades, Direitos Humanos e Ações Afirmativas (Nudha) e departamentos. O evento será realizado das 13h30 às 18h, no auditório do bloco central do centro, e é gratuito e aberto ao público. Não é necessária inscrição prévia e haverá certificação para as pessoas participantes.
A escolha da data não é por acaso: o 13 de maio marca a Abolição da Escravatura no Brasil em 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Muito além de apresentar técnicas, a proposta é abordar a temática do evento a partir de uma perspectiva histórica e social, uma vez que moda e percepção da beleza em nossa sociedade são influenciadas pela memória da escravidão e pela persistência do racismo.
“Sabemos que, muitas vezes, a mulher negra é marginalizada nesse universo da moda, que tende a ser elitizado e eurocêntrico. Como consequência, suas características e culturas, frequentemente, são estranhadas e excluídas do que seria considerado bonito e moderno dentro do ramo”, explica Ana Merabe, coordenadora do Nudha. “Além de combatermos essa visão preconceituosa, queremos valorizar a beleza que, muitas vezes, não é reconhecida pelas mulheres negras devido ao racismo estrutural”, complementa.
O evento será organizado em três partes. A primeira será de palestras com profissionais que irão abordar temas como o contexto histórico da trança, da maquiagem e do turbante, além de falar sobre o mercado de trabalho. Ao final das apresentações, haverá espaço para perguntas e dúvidas do público.
A segunda parte será de oficinas de Tranças, Turbantes e Maquiagem para Pele Negra. Nessa etapa, duas modelos serão preparadas para uma sessão de fotos de moda ( shooting ): uma terá seus cabelos trançados e na outra será feita uma amarração com turbante, além de serem maquiadas. Durante a produção, os palestrantes convidados vão explicar técnicas, materiais, curiosidades e outras informações sobre o trabalho em andamento.
Após finalizada a produção, as modelos das oficinas serão fotografadas. As imagens vão estampar a capa de uma revista fictícia intitulada “Duafe” – o nome vem de um símbolo Adinkra* que representa a beleza africana: na forma de um pente de madeira, está associado a beleza, higiene, cuidado e amor. A organização do evento explica que a proposta de produzir uma capa de revista de moda com as fotos das modelos participantes tem o objetivo de materializar a ideia do evento, que é o protagonismo negro em produções de moda.
* Sistema de símbolos africanos utilizados pelos povos Akan, principalmente na região de Gana e Costa do Marfim.
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