Miraguaia está entre as espécies estudadas pelo projeto.
Foto: Divulgação
A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Educação Superior da Região Sul (
Ceres) em Laguna, participa de um estudo que irá desenvolver tecnologias para a fase de engorda de três espécies de peixe nativas de Santa Catarina: tainha, robalo-peva e miraguaia.
Realizado em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), o projeto foi selecionado em uma
chamada pública lançada em 2024 pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), que disponibilizará R$ 1,8 milhão para a investigação.
A assinatura do convênio com a Fapesc ocorreu nesta segunda-feira, 30 de junho, durante o lançamento do Programa Pescados SC, iniciativa do Governo do Estado para impulsionar a pesca e a aquicultura catarinense.
Conforme o professor da Udesc Laguna Giovanni Lemos de Mello, que integra o grupo de pesquisadores, o principal objetivo da investigação é avaliar a viabilidade técnica e econômica da criação dessas três espécies nativas em diferentes sistemas de cultivo: viveiros escavados, tanques-rede e sistemas de recirculação.
“A proposta busca preencher lacunas históricas de conhecimento sobre a fase de engorda, como taxas de crescimento, nutrição, bem-estar, sanidade e custos de produção, e, com isso, viabilizar a piscicultura marinha comercial em Santa Catarina, hoje ainda incipiente, mas com enorme potencial”, explica o docente.
Como funcionará a pesquisa
As atividades do projeto tiveram início em março deste ano e devem seguir por mais 20 meses, com tarefas distribuídas entre as três universidades. O grupo da Udesc Laguna se dedicará mais especificamente às pesquisas em viveiros escavados, abrangendo as fases de recria, engorda e manutenção de um banco de reprodutores de peixes marinhos.
As análises envolverão a determinação do rendimento de carcaça e filé dos peixes, além da avaliação do perfil nutricional, conservação sob refrigeração e parâmetros físico-químicos, incluindo pH e coloração. Também serão realizados testes de aceitação e preferência dos consumidores, entre outros estudos.
“Os dados obtidos fornecerão subsídios para o aprimoramento dos protocolos de cultivo, assegurando a qualidade tecnológica e o valor agregado do pescado produzido”, ressalta Mello.
Desenvolvimento da pesquisa
A fase inicial do projeto envolveu o delineamento das espécies e o plano que as instituições irão adotar na condução do estudo. Agora as equipes se organizam para realizar as primeiras etapas da investigação, entre elas a produção e o manejo de larvas de miraguaia e a engorda de um lote juvenil do peixe.
Nos próximos meses , será iniciada a formação dos bancos genéticos das espécies, a instalação das unidades experimentais e o seguimento dos ensaios de engorda. As atividades ocorrerão em Laguna, na Udesc; em Balneário Barra do Sul, na Fazenda Experimental Yakult, da UFSC; em Penha, na Univali; e em Florianópolis, no Laboratório de Piscicultura Marinha da UFSC e no Sapiens Parque.
“Ao longo dos dois anos, serão gerados dados fundamentais sobre desempenho zootécnico, sanidade, nutrição, qualidade do pescado e viabilidade econômica, com vistas ao desenvolvimento de um pacote tecnológico adaptado às condições do estado”, destaca Giovanni Mello.
Parceria interinstitucional
As atividades do projeto “Novos horizontes na maricultura: A criação de peixes nativos marinhos em Santa Catarina” envolvem docentes, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação da Udesc, UFSC e Univali.
Na Udesc, há a colaboração direta do Grupo de Pesquisa em Aquicultura (GPAQ), sob coordenação de Giovanni Lemos de Mello e colaboração do professor Márcio Vargas Ramella. “Essa atuação reforça a importância da Udesc Laguna no desenvolvimento científico e tecnológico voltado à aquicultura e biotecnologia marinha em Santa Catarina”, avalia Mello.
Para o docente, a parceria entre as universidades no projeto é uma via para o fortalecimento da formação acadêmica e do vínculo da pesquisa com o setor produtivo.
“Os resultados obtidos pelas pesquisas acadêmicas e pelos projetos de inovação tecnológica como este serão fundamentais para apoiar o crescimento sustentável do setor, promovendo sinergias entre ciência, tecnologia e produção”, finaliza.
Para saber mais sobre o projeto, entre em contato pelo e-mail
giovanni.mello@udesc.br
Assessoria de Comunicação da Udesc
*Com informações da TV Secom
E-mail: comunicacao@udesc.br
Telefone: (48) 3664- 8010